Cachoeira da Braúna e entorno Atrativo principal dessa Travessia |
A Travessia Altamira x Serra dos Alves é resultado da junção de trechos de outras duas rotas mais conhecidas no Montanhismo pelo Espinhaço Mineiro. É uma opção que percorre a porção Sul do ParnaCipó, um dos mais bonitos recantos dessa unidade de Conservação.
Esta foi mais uma Travessia realizada devido aos problemas de acesso decorrentes do período de pandemia. Fora resultado de um combinado entre o grupo Caveiras da Montanha do RJ com outro grupo de BH, em outro formato e outro local. Com a inviabilização devido à covid 19 sugeri como opcional essa rota. Ao final mostrou-se acertada e suficiente para momentos de intensa convivência e conhecimentos.
Dia 1
Passava das 4h00 da manhã do dia 25 de setembro quando me juntei aos amigos do Rio de Janeiro em BH. Demoramos um pouco para nos ajeitar e então rumamos para Nova União, distante 60 km desde BH. Com a duplicação do trecho da BR 381 não tivemos opção interessante para um café naqueles pontos costumeiros às margens da rodovia.
Assim, desaguamos em Nova União por volta de 6h00. Desembarcados ao lado do Posto São Cristóvão e logo fomos recepcionados por um cachorrinho deveras simpático!!! Após vasculhar a área fizemos parada na suprida Padaria próxima, do outro lado da rua. Isto foi positivo porque essa padaria mostrou-se superior àquelas paradas da beira de estrada; quase sempre apegadas à mesmice.
Enquanto tranquilamente tomávamos café cerca de dois fretados lotados por caminhantes passaram na rua em frente, tomando rumo a Altamira. Fizemos hora na padaria e já beirava 7h00 da manhã quando partimos rumo Altamira de Cima. Ainda antes de chegarmos em Altamira de Baixo outro fretado passou por nós a mil por hora!
Fato é que já eram quase 8h30 quando desembarcamos em Altamira de Cima, ponto de início da trilha da Cachoeira da Braúna. Como esse trecho final é precário, nosso transporte ainda retornou até a estradinha principal para transbordo de parte dos amigos que estavam em outro carro.
O antigo estacionamento estava repleto de automóveis naquela manhã. Outros visitantes também passavam por lá no momento do nosso desembarque. Aliás, encontrei com amigos que não via há tempos devido aos últimos fatos.
Ajeitamos as tralhas e passava das 9h00 quando iniciamos nossa pernada pela trilha da Braúna, trecho bastante conhecido dos caminhantes dessa região. Em grupos prosseguimos ritmados, cada qual no seu passo. Visual sempre bonito daquela porção Mutuca-Lagoa Dourada, ambas separadas pelo Vale do Rio Preto!
Parcial da Serra da Lagoa Dourada vista desde região inicial da Travessia Foto: Alex Araújo |
O dueto viagem noturna mais início de pernada autônoma morro acima sempre nos deixa mais lentos ao iniciar uma Travessia. Isso é um fato comum! Aliás, nessas condições nem adianta querer se acelerar, porque o cansaço e suas danosas consequências irão cobrar rapidamente; logo nas primeiras horas.
Assim, já beirava 10h00 quando galgamos a Serra da Mutuca e adentramos em área do Parque Nacional da Serra do Cipó. Ali fui até o Posto de Controle da Brigada informar da nossa autorização no trecho Currais x Alves. Lá fiquei sabendo que um número expressivo de caminhantes estavam na rota para a Cachoeira da Braúna.
Sem delongas retornei à trilha e seguimos marcha. O clima era firme, apesar da presença de nuvens altas, deixando aquela névoa no ar que impede visual nítido à distância. Ao despontarmos para o Vale da Garça o sol quente e ar abafado iniciou companhia. Temperatura subiu a jato.
Prosseguimos e parte dos amigos já destacavam na dianteira. Fazendo um meio de campo vencemos o trecho até o Ribeirão Bandeirinhas, que atingimos pouco depois das 11h00. Fizemos boa parada para descanso e lanche, aproveitando a fartura de água no lugar.
Ribeirão Bandeirinhas Foto: André Gonçalves |
Retomados após 11h30 adentramos nas áreas de campos pelo suave aclive pós Bandeirinhas. Rapidamente a trilha se estabilizou e o sistema permaneceu. Trilha boa, perto de 12h30 chegamos à Mata da Braúna.
Ali nos aglutinamos e deixamos nossas tralhas. Em grupos fizemos ataque à Cachoeira da Braúna. O trecho não é longo, mas em forte declive e com muito cascalho, o que dificulta e atrasa a evolução. Mas a beleza do lugar compensa!
Após nos encontrar com vários voltantes, pouco antes das 13h00 já estávamos no poção da Cachoeira da Braúna. Como já haviam me dito lá no Posto de Controle, o lugar estava repleto de visitantes. Talvez fora o maior contingente que já vi na Braúna! A vantagem do lugar é que, sendo um dos maiores poços de todo o Parque Nacional, há muito espaço para dispersão.
A Cachoeira da Braúna é de longe um dos principais atrativos não somente dessa rota; mas de todo o Parque Nacional da Serra do Cipó. Sua localização, volume e a dimensão do seu poço fazem do conjunto algo extraordinariamente admirável! De fato não é todo dia que deparamos com uma beleza daquelas!
Braúna com seu grande poço, na ocasião rodeado por caliandras |
Após cada qual curtir o lugar a seu modo, perto das 14h30 fomos os últimos a iniciar retorno até nossas tralhas junto à Mata da Braúna. Ao iniciar fomos 'interceptados' por marimbondos, cuja "casa" estava numa rocha, ao lado da trilha. Foi uma correria!
Os rapazes tiveram sorte, mas todas as moças foram carimbadas pelos marimbondos; particularidade que nos fez rir bastante, apesar da requerida atenção. Inclusive uma amiga de BH, que visitava o lugar com outro grupo de amigos recebeu também o seu presente.
Passado o susto prosseguimos pela subidona da Braúna, chegando às mochilas já bem próximo das 15h00. Ali nos ajeitamos e partimos rumo aos Currais.
Tomamos a trilha bem marcada em declive suave e em pouco tempo cruzamos um ponto de água; iniciando suave aclive, agora sob a mata. Trilha ampla e antiga. Despontamos em área aberta e tendemos à esquerda, atingindo novamente novo filete de mata.
A sequência do Córrego da Mutuca com suas corredeiras visto após saída da segunda matinha |
Cruzada a matinha estreita saímos próximos à margem esquerda do Córrego da Mutuca. Mais alguns passos e pouco antes das 16h00 chegamos até o seu leito, que é recheado por rochas e atraentes poços rasos. Estávamos visivelmente cansados e fizemos uma paradinha estratégica, quando alguns amigos até animaram uma circulada nos entornos de uma cascatinha próxima.
Pouco tempo depois e cruzamos o Córrego da Mutuca pela primeira vez. Agora passamos a serpentear o campo entre morrotes e afloramentos, porém distanciando da margem direita do Mutuca. Em vinte minutos nos aproximamos novamente do Mutuca, despontando pela sua principal queda e poço naquele trecho. Este é um dos pontos mais bonitos daquela região.
Mutuca na região do segundo cruzamento Rodeado por campos, a região é de grande beleza cênica |
A beleza e tentação para a curtição era imensa, mas o ar de cansaço tomava conta da maioria de nós. Assim, buscamos um ponto para cruzar o Mutuca pela segunda vez. Buscávamos fazê-lo sem necessidade de tirar as botas. Localizada a possibilidade, fizemos uma corrente de ajuda e rapidamente estávamos na outra margem.
Dali tomamos a trilha em suave aclive rumo a Casa dos Currais. Esse trecho final não é longo e se mantem sempre à esquerda do Mutuca; percorrendo a área aberta de campos. Porém, o cansaço da longa viagem dos amigos chegou em definitivo. Somente próximo às 17h30 nós últimos colocamos os pés na Casa dos Currais.
A Casa dos Currais é o ponto oficial de acampamento da rota Palácio x Alves. Do antigo apoio de criadores de gado em época anterior ao Parque, o lugar herdou o nome. E faz jus! Apesar de modificado e reformado, resquícios dos currais ainda estão por lá. Já a construção-abrigo encontra-se muito deteriorada, com estruturas necessitadas de uns lampejos!
Fomos muito bem recepcionados por um Brigadista Venezuelano, cujo nome não me lembro mais. Muito gentil o rapaz! Havia mais algumas pessoas acampadas por ali. Se não me falha memória eram também cariocas, inclusive conhecidos de alguns dos amigos. Havíamos nos encontrado naquela mesma tarde quando voltávamos da Braúna.
O casario na Casa dos Currais Foto de Rubia Venino |
Seguimos para a área de acampamento próximo ao Mutuca. Por lá rapidamente nos instalamos para nos dedicar aos afazeres corriqueiros! Alguns amigos apresentavam certo mal estar, indicativo dos esforços pela viagem mal dormida, autonomia, quilometragem e calorão! Mas logo tudo foi ficando nos conformes.
Logo ao escurecer alguns cavaleiros passaram pela área de acampamento. Pareciam vindo da antiga rota Travessão x Currais. Com eles um cachorrinho danado zanzou pelo acampamento, inclusive fuçando nas minhas e em outras tralhas.
Cansado, adentrei à barraca, preparei e tomei um café forte; adormecendo rapidamente... Com isso perdi a culinária sofisticada que me disseram rolou pelo acampamento... Mais tarde fiz a janta e em pouco tempo já fazíamos meia noite...
Dia 2
O dia amanheceu parcialmente nublado naquela manhã de 26 de setembro. É uma situação comum nas manhãs pelas terras altas do Espinhaço. Estávamos todos bem, mas alguns amigos haviam sido atacados por carrapatos durante a noite. Certamente os insetos adentraram à barraca através de alguma fresta; ou peça de roupa ou material. Infelizmente a presença constante de carrapatos é um grande problema da área do entorno da Casa dos Currais.
Área de campo aberto rumando para o Sul |
Ajeitamos as tranqueiras e perto de 8h00 deixamos a Casa dos Currais rumo Serrados Alves. A trilha boa em suave aclive pelos campos favoreceu as passadas. Logo nos estabilizamos na parte mais elevada, tendo à nossa esquerda o visual parcial da Serra dos Linhares. À nossa direita terras interiores do ParnaCipó, um mar de campos. Caminhada tranquila referenciada ao sul pelo Pico da Dalina.
Pico da Dalina |
Aproximando do Pico da Dalina fizemos uma parada estratégica para aglutinação. Prosseguimos em curto tempo e rapidamente cruzamos os limites do ParnaCipó. As bandas pros lados da Serra dos Alves saltaram aos olhos, apesar da luminosidade embaçada.
Em grupos avançamos pelo declive acentuado e antes das 10h00 chegamos ao 'topo' do Cânion Boca da Serra. Paradinha para fotos e tocamos trilha abaixo. Passamos pela antiga casinha em ruínas e logo à frente topamos com alguns jovens aventuristas.
Boca da Serra naquela manhã de visual enevoado |
Mais uns poucos passos e outros aventuristas e chegamos à bifurcação que leva até a Cachoeira da Luci, no interior do Boca da Serra. Pra lá nos dirigimos com sol já ardendo na moleira. Trecho curto e rapidamente vencido, deixamos as tralhas à beira da trilha antes de acessarmos a queda.
A Cachoeira da Luci é pequena em queda, porém apresenta poço acolhedor suficiente para boas braçadas; rodeado por grandes rochas e sombras providenciais. Porém, poucos de nós desceu até lá. Não demorou e também chegou por lá um grupo de caminhantes de BH.
Poço coca-cola da Cachoeira da Luci: É pequeno, mas o lugar é acolhedor |
Já a parte superior recebeu a maioria dos amigos, que permaneceram em animado papo junto a um pocinho aconchegante. Por lá também se ajuntou um cachorro, espalhando água nos menos avisados. É de fato muito raro circular pela região dos Alves e não deparar com um ou outro cachorro.
Não seguimos Cânion abaixo, como desejava nosso amigo Fuji, pois isto demandaria tempo que não dispúnhamos. Tampouco seguimos cânion acima, exceção de dois casais mais animados, incluso Fuji, que sumiu entre rochas... Fato é que no geral estivemos por pouco tempo na Cachoeira da Luci. Talvez a causa principal tenha sido o volume de água da queda; que estava de fato desnutrido; algo normal para o final do período de estiagem.
Assim, em grupos fomos deixando o lugar, retornando até à trilha principal. Alguns aproveitaram a carona e seguiram entremeados ao grupo de BH, que também deixava o lugar. Trilha ampla e estando entre os últimos, logo passamos defronte à abandonada Pousada da Lucy.
Mais algumas dezenas de passos e entramos à esquerda na matinha; trilha em declive que nos levou até ao topo da Cachoeira dos Cristais. No poço abaixo avistamos um pequeno grupo de pessoas já se divertiam no lugar.
A Cachoeira dos Cristais é uma bonita queda, bem posicionada e com poço agradável. Devido ao terreno irregular não oferece grande área nos arredores, porém levando em consideração apenas o ponto principal poderia ser classificada como mais interessante que a Cachoeira da Luci.
A Cristais é uma Cachoeira Pequena Mas é surpreendente como ela inspira diversão Interessante também que suas águas não são tão 'coca-cola' como outras próximas Foto: André Nogueira |
Uma parte de nós instalou na porção superior da Cachoeira, aproveitando as sombras junto ao leito do riacho. Ali permanecemos jogando conversa fora! Enquanto isto outra porção dos amigos desceu para saborear o poço da Cristais.
Proseando na parte superior da Cristais Foto: Alex Araújo |
O panorama se manteve até em torno de 14h00, quando começamos a deixar o lugar rumo a Serra dos Alves. Ao sair um dos amigos acabou sofrendo uma queda, mas nada preocupante.
O trecho até Alves seguiu em declive por restos de velha estradinha, agora já sumindo em alguns pontos. Pelas suas características de fim de trilha, mesmo sendo curto é sempre um trecho cansativo, suficiente para amolecer as pernas. Já nessa descida fomos monitorados pelo Drone Suprema Rios Tur, bisbilhotando nossos afazeres...
Pouco antes das 15h00 chegamos à ponte pênsil sobre o Rio Tanque, onde nos aguardava o nosso resgate Suprema Rios Tur, com aquela recepção marcante: uma gelada no capricho, água e uns quisucos pros pernadeiros. De fato, um exemplo a seguir, não pelo bem em si, mas pela injeção de ânimo e alegria tão necessários ao final de mais uma pernada.
Região do Mutuca: Paepalantus Foto: Almara Vargas |
Da ponte pênsil tocamos para um almoço no Restaurante do Chiquinho em Serra dos Alves, que já havia sido avisado e combinado por Suprema Rios Tur. A novidade da vez na Serra Alves foi o calçamento das ruelas. Ficou um bonito serviço!
Sem delongas criamos jeito de embarcar e partir em retirada, afinal o tempo estava diminuído. Em torno das 16 horas iniciamos o sacolejo até Senhora do Carmo; dali pra Itabira e depois BH.
Os amigos seguiram em longo retorno para o RJ, pelas caras cansados fisicamente, mas transpareciam bem alegrinhos... Agradecido ao Caveiras por mais essa oportunidade de reencontrar os amigos, desde há bastante tempo muito gentis conosco! Inté, nos vemos em breve!
Serviço
Travessia com aproximadamente 35 km ligando Altamira de Cima, município de Nova União à Serra dos Alves, município de Itabira. Aproximadamente 80% dessa rota percorre áreas da porção Sul do Parque Nacional da Serra do Cipó; localizado na região Central de Minas Gerais.
A rota utiliza em seu trecho inicial o acesso à Cachoeira da Braúna. E o seu final utiliza o trecho Currais-Alves da Travessia Palácio x Alves. O trecho de ligação entre Braúna e Currais se dá por antigas trilhas de gado e circulação que havia na região antes da criação do Parque Nacional da Serra do Cipó.
Esse trecho de ligação apresenta algumas saídas e trilhas que se cruzam; porém encontra-se bem mais nítido por toda a sua extensão se comparada há cerca de 8-9 anos atrás, quando ocorreu uma tentativa de abertura de travessias no ParnaCipó.
Além dos já conhecidos atrativos da Cachoeira da Braúna, Lucy e Cristais; Cânion Boca da Serra e visual e Pico da Dalina, merece destaque o Ribeirão Mutuca. Seu curso no trecho interno de ligação apresenta bons poços, pequenas quedas e corredeiras muito interessantes.
Para realização é necessária autorização do Parque Nacional da Serra do Cipó.
Veja outras imagens da rota no relato Altamira x Cabeça de Boi;
que apresenta igual trajeto entre Altamira e Casa dos Currais
Como Chegar - De carro - Referência Belo Horizonte
Ida: Rodovia BR 381até o Trevo de Nova União. Passagem pela cidade e prosseguimento através de estrada de chão até Altamira de Cima.
Retorno: Estrada de chão até Senhora do Carmo. No lugar há a opção de seguir pelo asfalto, passar por Itabira e retornar à BH pela BR 381. Ou então em Carmo seguir por mais um trecho em estrada de chão até Ipoema. Desta, seguir por via asfaltada até a BR 381 e posteriormente para BH.
Obs.: Início e final em pontos distintos e distantes. Necessário planejar logística fretada ou particular.
Como Chegar - De ônibus - Referência Belo Horizonte
Ida: ônibus coletivo Metropolitano até Nova União. Em Nova União embarcar na linha rural da empresa Transtatão até Altamira de Baixo.
Retorno: táxi ou caminhada até Carmo da União. No Carmo ônibus para Itabira. Viação Saritur de Itabira para BH.
Obs.: Indo de ônibus a pernada pode se alongar por mais 4 km, pois inicialmente terá que seguir à pé de Altamira de Baixo para Altamira de Cima. Além disso poderá ter que caminhar de Alves até Carmo da União.
Consulte as empresas sobre horários e frequências. Analise a logística, pois isto é parte fundamental do sucesso na realização de uma trilha.
Considerações Finais
► Unidade de Conservação - Parque Nacional da Serra do Cipó: O Parque não oferece sistema de reservas, cobrança de ingresso, pernoite ou cobrança de uso de trilhas; pois não há infraestrutura implantada. Quando visitamos unidades que se encontram nessas condições é recomendável que mantenhamos contato com a Unidade e avisemos das nossas intenções. É importante que a Unidade tenha ciência de quem está caminhando pelas terras do Parque, pois isto poderá ser orientado; além de gerar estatísticas, estudos e melhorias.
Contatos do ParnaCipó: 31 3718-7469 | E-mail parna.serradocipo@icmbio.gov.br
► Trilhas e Trajeto: Predomina o sentido Norte-Leste-Sul-Leste. Sombreamento em aproximadamente 2% do trajeto; ou seja, praticamente inexiste. Entre Altamira de Cima e Cachoeira da Braúna trilha consolidada. Entre Braúna e Currais trilha mais discreta em alguns pontos; mas presente em todo o trajeto. Trecho entre Currais e Alves consolidado; sendo que entre a Cachoeira dos Cristais e arraial da Serra dos Alves há restos de uma antiga vicinal. Mas fique atento e não se iluda: há irregularidades, aclives e declives por todo o trecho. Há pontos com trilhas se cruzando e algumas bifurcações, requerendo atenção na navegação. Há córregos importantes a cruzar.
► Experiência em Trekking: Recomendável não ir solo realizar essa trilha, em especial se apresentar pouca experiência em Trekking. O trajeto requer conhecimento e dedicação; e para praticantes com nenhuma ou pouca experiência pode não ser tão óbvio quanto parece. Procure iniciar a atividade sempre no primeiro horário.
► Logística de Acesso: Início e final em pontos distintos e distantes. Necessário programar sua logística, seja de carro ou de ônibus. Dependendo do modo escolhido a rota a fazer à pé pode se alongar em alguns quilômetros. Os acessos às localidades inicial e final se dão somente por estrada de terra, quase sempre em condições sofríveis, em especial no período chuvoso.
► Camping - Estrutura: (Infelizmente) Não há estrutura de camping no ParnaCipó. Há tão somente a Casa dos Currais, ponto de pernoite e acampamento da rota Palácio x Alves. No lugar há uma velha construção em pau a pique utilizada como base pela Brigada do Parque. Evite realizar esta ou qualquer outra rota que passe pelo lugar afiançado em pernoitar no interior desse casebre, pois pode faltar espaço. Cuidado com carrapatos: estão sempre presentes nos Currais. Não há pontos comerciais pela rota. Comércio básico em Altamira. Em Serra dos Alves há pousadas, restaurante, venda e bar.
► Água: Há pontos de água pela rota, sendo bem distribuídos por todo o trecho. Inicie sempre abastecido e use purificador!
► Exposição ao Sol: Intensa. Use protetor solar.
► Época de realização: O melhor período para realização é de abril a setembro; que é a época mais seca na região. Porém é quando as águas das cachoeiras estão mais geladas e em menor volume; bem como as fontes de água escasseiam. Mas é mais seguro, uma vez que sob chuva forte a rota se inviabiliza, pois há córregos e rios importantes a serem cruzados.
► Segurança - Escape: Até as proximidades da Cachoeira da Braúna e entorno recomendável retornar ao início da trilha em Altamira. A partir do Mutuca seguir para o final da trilha em Serra dos Alves. Tenha em mente que em circunstâncias adversas os deslocamentos podem ser longos. Não há estrutura de busca e resgate seja no ParnaCipó ou nos arredores. Não há sinal de telefonia celular pela rota - exceto em pontos específicos após os Currais. Obviamente não há terminais telefônicos.
►Segurança: Ao praticar Trekking prefira utilizar calças compridas e camisetas com mangas longas. Isto oferece maior proteção frente à vegetação e eventuais insetos; além de minorar a ação do sol.
► Atenção: Ambientes naturais abrigam insetos e animais selvagens ou peçonhentos. Isto é natural; é normal. Portanto, seja ao caminhar ou ao assentar esteja sempre atento. Ao manusear vestuário e equipamentos verifique com atenção se não há presença desses animais ou insetos. Também esteja atento quanto a presença de animais selvagens de grande porte; evitando assustá-los.
► Cash: recomendável em espécie.
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Bons ventos!
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