Marins - Itaguaré: o mundo maravilhoso dos trepa-pedras!!!

Face Norte do Pico dos Marins vista
desde as nascentes do Ribeirão Passa Quatro
Divisor natural dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, a grandiosa Serra da Mantiqueira ramifica-se ao nordeste/norte em direção à Serra do Brigadeiro e alcança até a região do Caparaó, na divisa leste de Minas com o Estado do Espírito Santo.

Suas cristas quase sempre estão em torno e acima de 2000m de altitude, fazendo com que a região concentre proporcionalmente as mais altas elevações do Brasil.

Por isso esse conglomerado montanhoso é o palco de algumas das mais belas e complexas travessias de todo o Brasil. São várias e consagradas rotas que povoam as cabeças dos montanhistas tupiniquins.

Uma dessas Travessias é a Marins - Itaguaré, que é prima-irmã da famosa e badalada Travessia da Serra Fina, apresentando as mesmas características de altitude, clima, relevo e vegetação. Foi esse trajeto que percorri com alguns amigos no Corpus Christi de 2014.

Rota realizada e disponibilizada no Wikiloc
Além de possibilitar estudar e visualizar a região, você poderá baixar este tracklog (necessário se cadastrar no Wikiloc); e inclusive utilizá-lo no seu GPS ou smartphone (necessário instalar aplicativo). Recomendamos que utilize esta rota como fonte complementar dos seus estudos. Procure sempre levar consigo croquis, mapas, bússola e outras anotações que possibilitem uma aventura mais segura. Melhor planejamento: Melhor aproveitamento.
Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto


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Relato Dia 1

Havia 14 anos que fiz a Maringuaré, portanto já passava da hora da volta. Assim, me juntei à Sol, Mateus e Patrícia de BH; Júlio de Governador Valadares; Lee e o Eduardo de São Paulo para essa empreitada.

Deixamos BH na véspera do feriado e por volta de 4h30 da manhã chegamos à cidade de Passa Quatro, Sul de Minas, aonde já nos aguardava o nosso serviço de leva/resgate que nos deixaria na Base Marins.

Início da Travessia na Base Marins
Embarcamos na picape do leva e busca e com o dia escuro deixamos a cidade de Passa Quatro. Sacolejamos por aproximadamente 30 km até a Base Marins.

O trajeto foi a estrada de terra que liga os bairros rurais de Caxambu e Sertão dos Marins, municípios de Passa Quatro e Marmelópolis.

Por volta de 7h00 da manhã chegamos à Base Marins. Lá já nos aguardavam o Lee e o Eduardo que pernoitaram no lugar.

O clima estava frio e a neblina cobria topos e vales nos arredores, a despeito do tempo aberto e claro por todo o Sul de Minas.

Apresentações feitas, fizemos e tomamos um rápido café da manhã. Beirava às 7h20 quando deixamos a Base Marins e partimos para a Travessia. Naquela manhã fomos o último grupo que deixou o lugar rumo à Serra.

Porteira que interrompe a passagem de veículos
rumo ao Morro do Careca
Mergulhamos na trilha que sai à esquerda da fachada da Base Marins, percorrendo um trecho entre mata. A trilha é definida, não tem erro e é um atalho à estradinha que vai da Base Marins para o Morro do Careca.

A trilha-atalho inicia em suave declive para imediatamente começar uma subida por entre a mata. O trecho estava úmido fruto da chuvinha fina que caíra na noite anterior.

Em pouco mais de 20 minutos chegamos à uma porteira e interceptamos a velha estradinha do Careca. Prosseguimos nesta até a segunda porteira que agora divide a estrada e impede a circulação de veículos até o Morro do Careca. 

Início oficial da Travessia
Ainda pelo rastro da antiga estrada, prosseguimos em aclive e ao aproximarmos de uma cerca tomamos à direita deixando novamente a estradinha que segue contornando o morro pela esquerda.

Chegamos então a um pequeno platô descampado: era o Morro do Careca. Passagem rápida logo ultrapassamos um grupo de caminhantes que descansava.

Seguimos rapidamente em leve descida novamente através dos sinais da estradinha que leva até o local.

Poucos metros adiante entramos em uma trilha à direita, chegando à placa que oficialmente marca o início da Travessia Marins-Itaguaré. Era em torno de 9h00 da manhã.

Orientados na Base Marins de que possivelmente não haveria água nas proximidades do Marins, nem no Itaguaré, fomos buscar água na fonte que fica a uns 200 metros à esquerda da placa de início da Travessia.

A trilha até a fonte é bem marcada e por lá corria apenas um fio d'água. Abastecemos em carga total e retornamos à placa, reiniciando a caminhada. Após curto trecho na matinha, emergimos de vez na crista de subida. 

Pedra Partida: nada de visual
Doravante nos faria companhia a vegetação típica de altitude da região, com moitas de capins e relevo com muitas rochas.

Em pouco mais de 40 minutos de subida alcançamos e ultrapassamos um outro grupo de trekkers. Chegamos então à Pedra Partida. Fizemos uma rápida parada para lanche.

Até esse momento não tivemos nenhum visual à distância pois a neblina nos acompanhou em todo o trecho!

Retomando a caminhada os degraus começaram a se intensificar. Rochas por todos os lados e em diversos formados. Desvios, pula e trepa pedras ocorriam a todo momento. Porém a trilha seguiu marcada pelo pisoteio e com algumas marcações em amarelo nas rochas; além de totens.

Pico dos Marins ao centro
Grande Totem
Pouco acima da Pedra Partida e para a felicidade geral a neblina deu uma dissipada. Foi possível observar os Picos acima, com destaque para o Marins. Pausa para algumas fotos.

Retomamos a caminhada e a trilha tornou-se por várias vezes exigente. É um intenso trepa, pula e raspa pedras que parece nunca acabar.

Passamos pelo Grande Totem e chegamos ao local onde há uma rocha um pouco inclinada e uma corda fixa para auxiliar na subida. O uso da corda não é imprescindível, pois é perfeitamente possível caminhar/subir pela rocha por aderência.

Vencido o trecho sem dificuldades, continuamos a ganhar altura galgando degraus e contornando o maciço pela sua esquerda. 

Mar de morros do sul das Gerais
O sol ameaçou de vez dar as caras, especialmente pelo lado do Sul de Minas. Foi possível contemplar o vale lá embaixo, além das pirambeiras que cortávamos em diagonal. Realmente um belo visual daquele mar de morros!

Esse trecho da trilha não oferece grandes possibilidades de erro. Há algumas saídas erradas normalmente próximas a algum obstáculo maior, mas que não levam a lugar nenhum.

Em hipótese de tomar alguma saída errada logo se perceberá que a rota é equivocada. Basta retornar alguns metros e prestar atenção no solo e em alguns totens que se encontrará a trilha correta.

Por volta de 13h00 estávamos nos aproximando do contorno do último maciço antes da base do Pico dos Marins. Após subida em algumas lajes, chegamos a um ponto onde há uma rocha de uns 4 ou 5 metros de altura, onde se sobe através de uma curta fenda. Nesse mesmo ponto havia um grupo à frente em vias de vencer o obstáculo.

Enquanto eles utilizavam uma passagem mais à direita, nós fomos subindo pela fenda mais à esquerda e içamos algumas cargueiras. Trecho vencido sem dificuldades, caminhamos por mais um trecho em lajeado no sentido sul.

Atingimos um ponto ao norte do Marins; local antes do charco por onde corre a nascente do Ribeirão Passa Quatro e um pouco fora da rota da trilha para o Pico e Travessia. Preferimos nos estabelecer por ali, apesar do lugar ser exposto e não ser costumeiramente utilizado para esse fim.

Ponto em que nos estabelecemos: solzinho ainda se fazia presente...
Ocorre que as áreas após o charco e nascente do Ribeirão Passa Quatro além de já ocupadas parcialmente é a rota normal em que todos passam; seja em direção ao Pico, seja para a Travessia.

E isto nem sempre é algo confortável para quem estava em busca de recuperar a noite de sono perdida durante a viagem BH x Passa Quatro..

Além disso, como pretendíamos atacar o Marins seguir com as tralhas para acampar lá no topo não parecia ser uma opção inteligente. Tanto pela ocupação quanto pelo gasto de energia. Assim, ajeitamos o capim e montamos as barracas por ali mesmo por volta de 13h30.

Marins quando iniciamos a subida. Em minutos a neblina tomou conta de toda a região
As condições do tempo não mostravam bons indicativos. O vento mais nervoso se fazia presente! E ao contrário de horas atrás, a neblina não dava mostras de que se dissiparia de vez.

Apesar disso e após forrar o estômago decidimos ir ao topo do Marins, exceto o Júlio, que permaneceu no acampamento.

Deixamos o acampamento, e por entre capim e charco cruzamos as nascentes do Ribeirão Passa Quatro, que dizem estar impróprias para consumo.

Passamos pelas boas áreas para acampamento após o fio d'água e seguimos em direção ao Marins. A trilha é marcada pelo pisoteio e vai galgando rochas.

Aos pés do Marins sobe-se por aderência e seguindo os totens chega-se ao acampamento avançado do Pico, localizado no seu ombro norte. Trata-se de uma grande área abrigada, que cabem muitas barracas. 

Após o acampamento base, em subida e escalaminhada em alguns poucos pontos chegamos ao topo do Pico dos Marins. O lugar é irregular e com algumas boas áreas para acampamento espremidas entre rochas.

Infelizmente para nós nada de visual, apenas neblina e um frio úmido e intenso. Nessas condições fizemos apenas algumas fotos e tocamos para baixo de volta ao acampamento.

Rapidamente retornamos até à base do Marins. Agora além da neblina começou a chuviscar, aumentando a sensação de frio. Apressamos os passos entre as rochas e capins, passamos pela água do Ribeirão Passa Quatro (que não passa de um rego d'água) e chegamos de volta ao acampamento.

Doravante nenhuma trégua ou melhora do tempo. Isto nos obrigou a fazer a janta nos avanços das barracas e delas não mais sairmos. Dormi feito anjo, só acordando à noite com a chegada de um grupo que se instalou nos nossos arredores.

Relato Dia 2


Foto do dia anterior, onde se vê o Morro da Baleia à esquerda
Visual desde o Morro da Baleia: nebular
O segundo dia da nossa pernada amanheceu fechado. Nem cogitei levantar para ir ver o nascer do sol no topo do Marins como desejava.

Permaneci na barraca e somente por volta de 6h40 criei coragem para deixar o lugar quente. Com isso, apesar de planejar cerrar o acampamento mais cedo, só deixamos o lugar às 8h40 daquela fria manhã.

Mochilas nas costas cruzamos o capim molhado, o rego d'água do Ribeirão Passa Quatro e chegamos ao acampamento onde há a discreta bifurcação que segue para a Travessia.

Passamos pela bifurcação e somente após umas moitas de capim percebi que já íamos tomando uma das saídas erradas que há por ali...

Retornamos alguns metros e tomamos a trilha correta que vai em direção ao pequeno morrote à nordeste chamado Morro da Baleia.

A trilha é discreta, porém bem marcada por totens; que prossegue serpenteando o morrote rochoso até atingir o seu cume.

Pico do Marinzinho (ou Do Leste; ou Pico do Piquete)
Também bem marcada, a trilha agora mais íngreme desce o morrote em direção a um pequeno brejo. Coberto por tufos de capins, a trilha vais nos levando em direção a um paredão do próximo morro, que é anterior ao Pico do Marinzinho.

Ao cruzar o charco encontramos com dois aventureiros de Campinas que faziam a travessia ao inverso. Dedo de prosa, despedimos.

Prosseguimos pela trilha um pouco lamacenta e vamos nos aproximamos do paredão. Através das várias fendas e saliências na encosta rochosa vamos ganhamos altura.

Encontramos então com um outro aventureiro solo que estava no circuito Maeda-Marinzinho-Marins. Rápida conversa, continuamos subindo. Mais um pouquinho e vencemos o trecho íngreme. Essa subida já demonstrava que o trecho não seria brincadeira e requereria esforço extra para trepar pedras. Haja joelho...

O temido lance da corda:
Relaxa, é uma passagem tranquila!
Continuamos na trilha que tende para a esquerda/nordeste. Cruzamos uma pequena área para acampamento e nos dirigimos para o Marinzinho através de intenso trepa pedras.

Chegamos então ao cume do também conhecido Pico Leste ou Pico do Piquete às 10h20 da manhã. Pausa apenas para algumas fotos e registros!

Tocamos adiante agora pela encosta íngrime do Marinzinho. Vencemos uma e logo adiante passamos sob algumas apertadas rochas, que nos obrigaram a abaixar e raspar as cargueiras.

Essa descida do Marinzinho apresenta trilha bem marcada, porém bastante íngreme. E estava movimentadíssima naquele feriado. Logo topamos com outro aventureiro do circuito Maeda-Marinzinho-Marains.

Mais alguns metros de descida e chegamos à tão falada descida das cordas do Marinzinho. Trata-se de uma rocha com uns 5 metros de altura, onde no momento (junho 2014) encontram-se três cordas instaladas: duas na cor branca e uma na cor vermelha. As cordas na cor branca já parecem estar velhas...

Devido ao movimento na trilha formos obrigados a permanecer estacionados por mais de 30 minutos enquanto aguardávamos a descida de um grupo que estava à nossa frente. Isto nos atrasou bastante; além de nos fazer sentir frio.

Chegada a nossa vez, fizemos uso das cordas e em pouco mais de 10 minutos vencemos a tão falada descida da rocha do Marinzinho. Tocamos ladeira abaixo até o fundo do vale. A vegetação beira trilha estava bem fechada e nos agarrava na descida.

Mal chegamos ao fundo do vale e começamos a subir novo trecho rochoso na base do trepa pedras. Alcançamos e ultrapassamos o grupo que estava à nossa frente lá na descida das cordas. Atingimos o topo do morrote, quando fizemos uma parada para lanche.

Note-se que esse trecho que estávamos caminhando quando em tempo aberto é de rara beleza. Pode-se observar todo o trecho de crista em que se irá caminhar. Nessa data infelizmente não tivemos esse privilégio, pois a neblina não dava trégua em momento algum...

Pedra Redonda: depende do ângulo de visão
Nosso próximo objetivo era a Pedra Redonda. Para isso seguimos pela trilha que se mantém na crista da divisa.

Passamos por um trecho onde há uma pirambeira e se caminha por um corte na rocha. É um lugar muito bonito; mas dessa vez nada de visual. Adiante, em curto declive passamos por um local de recente acampamento improvisado e exposto.

Mais uns vinte minutos pela crista e chegamos à Pedra Redonda por volta de 13h20. Parada apenas para registros pois não se via grandes coisas devido a neblina. Logo deixamos o lugar. Curto trecho de trilha em suave declive e rapidamente atingimos às áreas para acampamento da Pedra Redonda. São muito boas, cabem várias barracas e são bem abrigadas.

Rochas e capins pós Pedra Redonda
A essa altura e pelo ritmo da nossa caminhada eu calculava que antes das 18 horas não chegaríamos ao Itaguaré.

Iniciamos o longo trecho após o acampamento da Pedra Redonda. A trilha se mantém no mesmo panorama, sendo rodeadas por enormes moitas de capim.

Em certos pontos há algumas saídas erradas, certamente devido aos perdidos dos aventureiros. Em tempo aberto é fácil notar o erro, mas com neblina não é a mesma coisa. Por isso, tivemos que consultar o GPS algumas vezes...

Prosseguindo pela região de Crista o terreno dá uma nivelada e a vegetação de capim fica mais baixa, deixando a trilha mais nítida. Passamos por uma nova área de acampamento suficiente para várias barracas. Seguimos sem grandes alterações até outra área menor, localizada antes de um curto declive. 

Itaguaré no melhor estilo assombração: Que visual kkk
Após esse curto declive há um aclive também curto; seguido de uma estabilização. A trilha seguiu permeando trechos com capins, vegetação arbustiva e algumas passagens de rochas.

Nesse trecho em uma abertura da neblina foi possível ver a silhueta do Itaguaré ainda bem distante...

Já cansados chegamos ao último acampamento antes do Itaguaré chamado Castelinho. Quando passei por aqui anos atrás, desse ponto tinha-se uma bela vista do Itaguaré e das suas enormes fendas. Dessa vez nada vimos... 

Passava das 3 horas da tarde e ainda tínhamos dois selados a vencer até o Itaguaré. O ritmo da caminhada caiu bastante. Após transpor algumas rochas iniciamos a descida sentido sudeste rumo ao fundo do primeiro vale.

Como a descida é curta logo começamos a subir novamente. A vegetação beira trilha sempre fica mais alta nos vales e atrapalharam bastante a caminhada. Além disso, rochas e degraus eram constantes. Essa sequência aliada ao clima frio e úmido nos deixava exaustos...

Ao chegar ao topo, passamos por algumas rochas onde há uma saída falsa rumo a uma pirambeira. Saímos pela esquerda e por entre capins nova descida. Há até uma pequena florestinha no trecho.

Após a trilha se nivelar iniciamos nova subida, agora rumo à base do Itaguaré. Esse trecho foi de lenta caminhada. O cair da noite chegava rapidamente. Passava das 17h30 quando chegamos à pequena toca onde se tem que tirar as cargueiras para passar sobre as rochas. Todos estávamos exaustos e não foi fácil arrancar forças para o exercício.

Nem bem recolocamos as cargueiras nas costas e logo acima tivemos que retirá-las novamente para fazer a passagem de novo degrau em rocha. Trata-se do lugar aonde o sujeito deve retirar a cargueira e colocá-la sobre a rocha. Em movimento passa-se por debaixo da rocha, emergindo em nível mais acima. Retoma a cargueira e prossegue a trilha. Claro, se o sujeito conseguir escalaminhar a rocha não precisará desse exercício...

Já beirava 18 horas e a noite havia chegado de vez. Passei primeiro e procurei a trilha. Não vi e fui checar o GPS: a trilha era óbvia e estava à minha direita hahaha. Fizemos então a passagem e sem delongas prosseguimos a subida até a base do Itaguaré, aonde chegamos em 20 minutos.

A escuridão da noite nos fez passar do curto e pretendido atalho que há abaixo... Tivemos então que checar a trilha em meio às rochas e tufos de capim. É sempre chato circular por várias passagens à noite. Quase sempre se vai na pior hahaha

Mas interceptada a trilha descemos alguns metros e desembocamos no primeiro acampamento na base do Pico Itaguaré. Sem hesitar por lá nos instalamos! Era aproximadamente 18h30 e a noite estava um breu total!

Após a montagem das barracas fui ao ponto de água do Itaguaré, pois alguns de nós estávamos com pouca água. A fonte está na ravina adiante, cortada pela continuação da trilha da Travessia. Havia água por lá, mas muito pouca e empoçada, porém suficientes para consumo.

Nesse momento pensei em quanto peso extra carregamos na iminência de não ter água por ali. Na verdade poderíamos ter caminhado bem mais leve... Colhi a água e voltei rapidamente ao acampamento.

Logo ajeitamos o jantar. Até gostaríamos de permanecer na prosa mais um pouco; mas o frio chegou forte. Tivemos que mergulhar nas barracas. Como havia dormido muito na noite anterior só peguei no sono beirando 22h00...

Relato Dia 3


Amontoado de rochas no topo do Itaguaré
O terceiro e último dia da Travessia amanheceu também fechado. Mesmo assim, às 7h30 da manhã me animei e fui ao Pico do Itaguaré. Ninguém mais topou sair da barraca em face do tempo completamente fechado.

A subida foi rápida: segui pela trilha marcada até o sopé do Pico. De lá, segui os totens em zigue-zague e não tive erro, eles me levaram até a fenda do Pulo do Gato.

A partir da fenda, faz-se a transposição e segue pela esquerda de uma grande rocha e em trepa pedras chega-se ao cume. O cume do Itaguaré é pequeno e irregular, não havendo locais para se armar acampamento.

Não consegui ver grandes coisas lá de cima. O tempo realmente não abriu. Apenas vi céu azul sobre minha cabeça, mas os arredores permaneceram cobertos por neblina. E fazia muito frio.

Dei uma circulada e fiz um pouco de hora; me abrigando entre as rochas. Como o tempo não abriu mesmo iniciei a descida de retorno pelo mesmo caminho da ida, chegando novamente ao acampamento às 9h00.

Nosso acampamento visto da descida do Itaguaré
Desmontamos e deixamos o acampamento às 9h40 daquela manhã. A trilha é bem marcada. Cruzando o ponto de água e subindo um curto trecho chega-se a outra área de acampamento, maior e mais abrigada que aquela que pernoitamos. É o ponto mais utilizado por ali.

Cumprimentamos alguns que estavam por lá e sem delongas subimos o pequeno morrote à frente tomando rumo à Base Itaguaré.

A trilha segue serpenteando rochas e não demora a iniciar um longo declive. Pouco abaixo de um lajeado alongado a trilha mergulha na mata da encosta. E tome descida...

As rochas que tanto nos fizeram companhia então ficaram para trás. Mas a trilha entre mata encontrava-se bastante erodida. É bem marcada, sem saídas erradas; não havendo possibilidade de erros no trecho. E a vegetação é muito bonita com a presença de muitas araucárias.

Depois de pouco mais de 2h00 de caminhada desde o acampamento a trilha se nivelou. Passamos pelos pontos de água (3) e chegamos à Base Itaguaré às 12h00.

Itaguaré visto do morrote após o camping "oficial"
Por lá o Milton da Base Marins já aguardava o Lee e o Eduardo para resgatá-los. Nos despedimos e ficamos aguardando o nosso resgate para Passa Quatro.

Enquanto isso um grupo que também fizera a Travessia chegou na Base e trocamos algumas figurinhas.

Nosso resgate chegou por volta de 13h00. Embarcados, sacolejamos novamente na estradinha, agora por aprox 15km. Em torno de 14h30 já estávamos em Passa Quatro.

Após uma limpeza geral, a primeira depois de 3 dias, ainda fomos almoçar no Pé de Pano junto ao Trevo de Passa Quatro.

Sãos e salvos após o intenso trepa pedras
Depois me despedi dos amigos: enquanto eles voltariam para BH às 22h00 daquela noite, eu embarcava para Itamonte às 18h30. Dormiria por lá e no dia seguinte eu seguiria para Alagoa.

Fato curioso é que, enquanto meus amigos chegaram domingo cedo em BH, cerca de 400km de distância, eu só consegui chegar em Alagoa, distante 60 km de Passa Quatro somente ao final da tarde de domingo!

Finalizando agradeço aos amigos pela paciência em mais essa pernadinha. Apesar de não termos vivenciado tempo aberto, foi uma experiência e convivência incríveis. Ficou o desejo da volta: o visual dessa rota é daqueles que justifica qualquer esforço para um retorno...

Serviço


Aberta na década de 90, a Travessia Marins Itaguaré é uma das Travessias mais altas do Brasil. Percorre as divisas dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, ligando três pontos principais: Pico dos Marins (2421m); Pico do Marinzinho (2432m) e o Pico do Itaguaré (2308m).

Ao todo, excluindo os acessos por estrada de terra, e marcando desde a Base Marins e até a Base Itaguaré essa Travessia perfaz aproximadamente 18 km, incluso ida e volta aos topos do Itaguaré e Marins. 

Rota no GE
A despeito da sua curta distância, o fator que pesa e dificulta essa Travessia é a enorme quantidade de rochas pela trilha. São vários os locais que exigem escalaminhada, além de incontáveis trepa e pula pedras.

Em pelo menos dois pontos exige-se atenção especial. O primeiro é na descida da corda após o Pico do Marinzinho. Trata-se de uma rocha com alguns pontos de apoio possíveis de serem vencidos até sem corda, mas requer cuidado e atenção redobrados para transposição.

O segundo ponto em que deve ter especial atenção é na Fenda do Pulo do Gato no topo do Pico do Itaguaré. Este é um local realmente perigoso, pois trata-se de uma passagem sobre uma rocha pequena e irregular entalada em uma fenda. É o único meio de se atingir o cume verdadeiro desse Rochoso.

Desses dois pontos, enquanto o primeiro é uma passagem obrigatória, o segundo é opcional, somente sendo deparado por quem queira subir o cume verdadeiro do Pico Itaguaré.

Portanto, irmã e distante apenas alguns quilômetros da Serra Fina, a Marins - Itaguaré possui as mesmas características desta, como relevo, clima e vegetação. Poderia-se considerar a Maringuaré um pouco mais técnica que a Serra Fina, devido a alguns pontos para transposição. Porém isto não deve ser confundido com nível: a Serra Fina é mais longa e apresenta maiores desníveis; sendo portanto mais exigente!.

Por fim,  por se desenvolver em cristas e possuir pontos elevados, a Maringuaré é uma Travessia que possibilita amplos visuais do Vale do Paraíba paulista e do mar de morros do Sul de Minas Gerais; além da densa vegetação de matas das suas encostas. É rota indispensável a todo montanhista!

Distâncias aproximadas


BH à Passa Quatro: 440 km
Passa Quatro à Base Marins: 30 km estrada de terra
Passa Quatro à Base Itaguaré: 15 km estrada de terra
Base Marins à Base Itaguaré: 15 km estrada de terra
MG 350 Delfim Moreira à Base Marins Via Fazenda Saiqui: 15 km estrada de terra
Passa Quatro à Cruzeiro: 30 km
Cruzeiro à Piquete: 28 km
Piquete à Base Marins Via Sertão: 20 km (14 km asfalto e 6 km estrada de terra)

Como chegar e voltar - De ônibus

Cidade referência: Belo Horizonte
Estabeleça Piquete como Entrada e Passa Quatro como saída



Ida: Viação Útil até Cruzeiro → Viação Pássaro Marron até Piquete → Contratar traslado Piquete-Base Marins
Volta: Contratar o traslado Base Itaguaré até Passa Quatro → Viação Útil até Belo Horizonte

► Para o retorno, adquirir passagem de Cruzeiro-SP para Belo Horizonte. Porém Embarcar no Km 14 da rodovia MG 158, Posto Pilão, em Passa Quatro. No local é um rápido ponto de parada da Empresa. Comprar a passagem antecipadamente, pois não se vendem passagens nos ônibus.
► Também é possível ir para a região através da empresa Expresso Gardênia até São Lourenço; e depois Viação Cidade do Aço até Passa Quatro ou Cruzeiro.
► Desaconselho ir de ônibus via Delfim Moreira. Motivos: escassas opções e muitas baldeações.

Cidades referências : São Paulo e Rio de Janeiro
Estabeleça Piquete como Entrada e Passa Quatro como saída


Para quem vem de Ônibus de São Paulo ou do Rio de Janeiro, a melhor opção é iniciar pela cidade de Piquete (SP). Em Piquete contratar serviço de traslado até a Base Marins.
Ao final da Travessia, contrate traslado da Base Itaguaré para Passa Quatro. Em Passa Quatro poderá embarcar de ônibus para a cidade de Cruzeiro, onde terá mais opções em horários para retornar para RJ ou SP.

► Apresentamos aquelas opções de acesso e retorno que julgamos serem as melhores. Mas há outras e cabe a cada interessado pesquisar e verificar aquela que melhor lhe encaixar.
► Confira os horários, frequências e tarifas nas empresas de ônibus

Como chegar e voltar - De carro


Cidade referência: Belo Horizonte

Opção 1 - Eleger Passa Quatro como sua cidade base:
Rodovia Fernão Dias até a cidade de Campanha → BR 267 até Caxambu → BR 354 até o Distrito de Capivari → MG 158 até Passa Quatro → Em Passa Quatro contratar serviço de leva ao início e de busca ao final da Travessia.

Opção 2 - Eleger a própria Base Marins como sua base:
Rodovia Fernão Dias até o trevo de Pouso Alegre → BR 459 até Delfim Moreira → Seguir por 6 km após a cidade e entrar à esquerda na estrada de terra que segue para a Fazenda Saiqui → Da rodovia até a Base Marins serão aproximadamente 15 km em estrada de terra → Na Base Marins combinar resgate para o final da Travessia na Base Itaguaré, que lhe levará de volta à Base Marins pela estrada de terra interna, por aproximadamente 15 km.

Cidades referências : São Paulo ou Rio de Janeiro

Para quem vem de carro de São Paulo ou do Rio de Janeiro, a melhor opção é seguir até Piquete (SP) e de lá para a Base Marins. Contratar resgate para o final da Travessia, voltando para a Base Marins e de lá fazer o retorno até as cidades de origem, passando novamente por Piquete.

Considerações finais


Trilhas: trepa pedras, escalaminhada básica e raspa-raspa em rochas: estes são os aspectos marcantes dessa Travessia. Prepare suas pernas! De um modo geral, a trilha encontra-se bem marcada pelo pisoteio, especialmente no trecho Base Marins - Pico dos Marins. Fique atento ao solo. É comum a trilha ficar pouco visível em trechos com lajeados. Os totens estão relativamente bem posicionados e são boas fontes para orientação. Apesar disso, só vá fazer essa Travessia se tiver experiência em navegação e orientação. Em tempo aberto e limpo não terá problemas, mas em caso de neblina como ocorreu conosco, quem não tem experiência poderá se perder facilmente. 

Lance de corda na subida para o Marins: eu achei desnecessário, mas é um bom auxílio sobretudo para menos experientes.
►►Atualização Ago 2015: passando novamente no trecho, não encontrei mais esta corda.

Lance de corda após o Marinzinho: apesar de existir saliências na rocha que em tese possibilitam a descida, realmente a corda é um grande auxílio no trecho. Mas não se preocupe: é um trecho fácil para se transpor. Somente fique atento ao estado da corda. Eu recomendo que se leve um pedaço de corda na cargueira, pois não se sabe se chegará ao local e a corda fixa esteja por lá e em boas condições. E isto se torna imperativo em caso de fazer a Travessia com iniciantes. Não custa se precaver. 

Fenda Pulo do Gato no Itaguaré: essa profunda fenda fica no topo do Pico do Itaguaré, onde há uma rocha irregular entalada. Esse acidente é inclusive visto de um determinado ponto no trajeto da Travessia. Para transpô-la é preciso caminhar sobre essa rocha entalada, que possui pouco mais de 1 metro de largura; porém não é plana; tem uma espécie de cumeeira bem ao meio. Mas fique tranquilo, o trajeto da Travessia passa aos pés do Itaguaré, que só é atingido mediante ataque através de uma bifurcação. Portanto, somente irá até essa fenda quem quiser atingir o cume verdadeiro do Itaguaré, que fica a uns 6/7 metros (+ ou -) mais alto que o ponto aonde está a fenda. De qualquer modo, caso desejar ir ao topo verdadeiro do Itaguaré, o Pulo do Gato é o ponto mais perigoso em toda essa Travessia. Só recomendo transpô-la quem não tenha medo de altura e esteja seguro. Se a rocha estiver molhada não aconselho ultrapassá-la, pois é um lugar que não se permitem erros. A título de curiosidade, esse nome Pulo do Gato deriva do fato de alguns preferirem pular a fenda ao invés de passar sobre a rocha entalada. Requer boa dose de coragem para isto!


Água: há escassez de água nessa Travessia. Pontos confiáveis existem somente na Base Marins, Morro do Careca, na base do Pico Itaguaré e ao final da Travessia. Portanto é essencial carregar um pouco mais de água em caso de pernoites na serra. Apesar de relatos da existência de água em outros pontos, como próximo ao Marinzinho; ou ainda, próximo ao Morro da Gruta, fica claro que essas fontes ficam secas em períodos prolongados sem chuvas. Já a água do Ribeirão Passa Quatro que se localiza em um ponto estratégico aos pés do Marins dizem estar contaminada, o que é uma pena. Existe uma placa de análise da UNIFEI que afirma isto, mas não há data de quando essa análise foi feita. De todo modo, existe uma área de acampamento a uns 5 metros dessa água, aonde inclusive vi restos de papel higiênico. Então, essa água deve mesmo estar cheia de coliformes fecais. Se precisar usar essa água, use purificador. Ademais, existem charcos (brejos) próximo à base do Pico dos Marins e do Marinzinho. Sabe-se que, em emergência, basta fazer um buraco no brejo e aguardar algum tempo: a água empoçará. Aí, é só colher e purificar. Mas para fazer isto você deverá estar com tempo suficiente... 

Quantidade de água a transportar: É muito difícil aconselhar quanto de água uma pessoa deverá levar em uma travessia, pois vários fatores fazem com que se consuma menos ou mais água. De todo modo, em travessia de 3 dias, caso vá acampar na última noite na base do Itaguaré, creio não ser necessário levar mais que três litros de água, que seriam colhidos no Morro do Careca. 

Acampamentos: há boas áreas nas redondezas das nascentes do Ribeirão Passa Quatro, próximas à bifurcação/sequência da trilha para o Marinzinho (não me refiro àquela que contamina a nascente, que aliás, deveria-se fazer uma interferência ali e acabar com aquele ponto). No ombro do Marins há uma área bem grande e outra menor no topo do Pico. Na base do Marinzinho há outra área, porém pequena. Após a Pedra Redonda há uma área maior que cabem várias barracas. Continuando no sentido do Itaguaré há outros 3 pontos com menor capacidade. Na base do Itaguaré há dois locais: um antes do curso de água, menor; e outro bem maior, após o curso de água e próximo à base do Itaguarezinho. 

Bagagem: Recomendo evitar o transporte de equipamentos pelo lado externo de cargueiras nesta Travessia: capins, bambuzinhos e rochas vão adorar o adorno e certamente causarão estragos aos equipamentos e ao aventureiro. 

Comunicações: Apesar de inconstante, há sinal de telefonia móvel em alguns pontos dessa Travessia. 

Resgate: Utilizamos o resgate do Sr. Edson, nosso velho conhecido de Passa Quatro. Além da Marins-Itaguaré, ele faz resgates para a Serra Fina. Se quiser o contato, é só solicitar na seção comentários.

Infraestrutura - Atualização Ago 2015: Na Base Marins, que agora é administrada pelos proprietários do lugar pode-se encontrar café da manhã, almoço e jantar. Há também alguns espaços para pernoite.

Formato: Realizamos a Travessia sem nenhuma pressa, portanto os tempos gastos são com folga! Também nos provou que a divisão no Formato Tradicional visando por e nascer do sol nos picos Marins e Itaguaré e que realizamos não é o formato ideal. Poderíamos ter caminhado menos no segundo dia e mais no terceiro dia. A menos que se faça questão de assistir o por/nascer do Sol nos topos dos Picos; ou que esteja com horários marcados para retorno à cidade de origem, não faz sentido caminhar apenas 2h no último dia. Ideal seria pelo menos acampar em alguma área antes do Itaguaré no segundo dia (Castelinho por exemplo); prosseguindo a caminhada no terceiro dia, terminando a travessia ao final da tarde. Mas isso deve levar em consideração um fator imprescindível: a água! Também foi importante constatar o quanto a gente se esquece de um trajeto no decorrer dos anos. Tá certo, a neblina foi um complicador nessa Travessia, mas confesso que nem me lembrava mais de muitos pontos dessa bela Travessia.
►► Aos mais experientes é perfeitamente possível realizar esta Travessia em 2 dias, acampando na Pedra Redonda ou nas imediações; ou mesmo em 1 dia no estilo speed.

► Comparação com Serra Fina: Apesar do intenso trepa pedras e de alguns lances mais técnicos que a Serra Fina, eu diria que esta continua mais difícil e pesada que a Maringuaré. Os motivos são vários: maiores desníveis; vegetação mais resistente e bruta; trajeto e maior isolamento. De toda forma, sendo irmãs, a Maringuaré é uma travessia exigente, também não recomendada a acostumados a parques urbanos ou bate e volta aleatórios. Não quer dizer que um iniciante não possa fazê-la; ocorre que o cansaço será muito maior! 

► Confira algumas Dicas Básicas para a prática de Atividades Outdoor.

► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

Bons ventos!
Última atualização: Nov 2017

8 تعليقات

  1. parabéns Chicão!!!! Como sempre retato maravilhoso e bem detalhado!!!
    Ps: o tempo não abriu pq São Pedro sabia que eu quero ir nessa travessia e fez isso pra vc voltar comigo!!!! kkkkkkkk brincadeirinha!!!

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    1. Fala James,

      Pois é rapaz, a neblina foi nossa fiel companheira dessa vez, receio que você já sabia disso e por isso não foi ehehe.
      Mas iremos voltar por lá, dessa vez torcendo para que o sol cozinhe nossos miolos eheheh...
      Já está convidado ok?

      Abração parceiro, nos vemos nas trilhas

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  2. Parabéns por mais um relato lindo, tal qual foi a travessia Chico!!
    Voltaremos e seremos abençoados com um visual de tirar o fôlego...com certeza!!

    Obrigada por tudo, parceirão!!!!

    Deus abençoa vc "Chiqui Pirrtim" rsrs
    Bons ventos!!
    Bjo...Sol Frig Mattos

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    1. Grande e Guerreira Sol,

      Como sempre muito gentil, certamente a trilha fica muito mais divertida com você por perto. Sua disposição é um exemplo para todos nós!

      E não tenho dúvidas de que, em nossa volta, o sol torrará nosso coco e poderemos contemplar aquele lindo visual: será prova disso!

      E Deus ajude nós todos, principalmente nas trilhas, afinal, Ele está sempre "pertin" da gente eheheh

      Pra você também desejo bons ventos, é um privilégio trilhar contigo!
      Obrigado mais uma vez, bj e até logo mais

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  3. Chico,

    Voçê sabia que o maior sonho da vida do Eduardo Pontes ou Edu Roma ou Bispo (é tudo a mesma pessoa, rsrs...) era fazer uma trilha contigo?

    Ano passado (2013) em uma travessia no Caparaó, o caro só falava em Chico Trekking, Chico Trekking e mais Chico Trekking . . .

    Brincadeiras a parte, parabéns pela aventura, pelo relado (compartilhar sempre) e pelo blog.

    Emerson Silva

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    1. Olá Emerson
      Tudo bem contigo?

      Pois é, já vinha trocando ideias com o Pontes há tempos e até que enfim nos encontramos eheheh... Mas puxa vida, o sonho do Edu então era pequeno demais rsrs... E Ele falou também de vocês!
      O Edu é uma peça rara, gostei demais de estar com Ele; tanto é que agora no início de agosto iremos à Serra Fina.
      Vamos???

      Estamos tão perto, quero agora conhecê-los uai eheheh

      Agradeço pela mensagem, elogios e por informar tantos nomes do rapaz eheh
      Abração Emerson

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  4. Revendo esse espetacular relato, aumentou mais ainda a saudade desse lugar e de todos dessa pernada. Obrigado meu irmão.

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    1. Eita, sentir saudade é porque o trem foi bão eheheh... Abração

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