Um amanhecer com muita neblina na Serra da Piedade |
Na antevéspera do feriado do Dia da Pátria recebi um convite do amigo Francismar para uma caminhada. Mas não se tratava de uma caminhada qualquer.
Era uma Caminhada de Fé, partindo da cidade de Santa Luzia com destino ao Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade, no município de Caeté, ambas localidades da Região Metropolitana de BH.
Não bastasse a distância, com cerca de 31 km aproximadamente, a caminhada iniciaria à meia noite.
O ponto de partida seria em local próximo e conhecido como Caixa D'Água, na histórica cidade de Santa Luzia, com previsão de chegada logo pela manhã na Serra da Piedade.
Apaixonado que sou pela Serra da Piedade, pelo seu marco histórico e por ser católico, não pensei duas vezes e disse sim ao convite, mesmo sem saber detalhes da pernada.
Ao realizá-la no dia seguinte, resultou em uma experiência maravilhosa, que além da companhia agradável do pessoal, foi um teste de resistência para caminhadas longas.
Sem falar no ápice final, que é desfrutar dos encantos da Serra da Piedade, naquele dia repleta de visitantes de todos os perfis, especialmente daqueles mais simples, cuja fé os motiva a visitar aquele lugar!
Sem dúvida, foi uma das mais significativas experiências de trekking que participei, justamente pela sua motivação diferenciada e pelo inusitado da hora...
Era uma Caminhada de Fé, partindo da cidade de Santa Luzia com destino ao Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade, no município de Caeté, ambas localidades da Região Metropolitana de BH.
Não bastasse a distância, com cerca de 31 km aproximadamente, a caminhada iniciaria à meia noite.
O ponto de partida seria em local próximo e conhecido como Caixa D'Água, na histórica cidade de Santa Luzia, com previsão de chegada logo pela manhã na Serra da Piedade.
Apaixonado que sou pela Serra da Piedade, pelo seu marco histórico e por ser católico, não pensei duas vezes e disse sim ao convite, mesmo sem saber detalhes da pernada.
Ao realizá-la no dia seguinte, resultou em uma experiência maravilhosa, que além da companhia agradável do pessoal, foi um teste de resistência para caminhadas longas.
Sem falar no ápice final, que é desfrutar dos encantos da Serra da Piedade, naquele dia repleta de visitantes de todos os perfis, especialmente daqueles mais simples, cuja fé os motiva a visitar aquele lugar!
Sem dúvida, foi uma das mais significativas experiências de trekking que participei, justamente pela sua motivação diferenciada e pelo inusitado da hora...
Rota realizada e disponibilizada no Wikiloc
Além de possibilitar estudar e visualizar a região, você poderá baixar este tracklog (necessário se cadastrar no Wikiloc); e inclusive utilizá-lo no seu GPS ou smartphone (necessário instalar aplicativo). Recomendamos que utilize esta rota como fonte complementar dos seus estudos. Procure sempre levar consigo croquis, mapas, bússola e outras anotações que possibilitem uma aventura mais segura. Melhor planejamento, melhor aproveitamento.
A Rota abaixo contempla apenas o trecho da BR 381 à Serra da Piedade. Contempla também o atalho na subida da Serra; porém somente o faça em caso de urgência
Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto
Relato
Luzes para os lados de BH |
De lá, uma passada rápida pela casa do Francis e depois direto para a Caixa D'Água, onde o pessoal já estava à nossa espera. Éramos 13 pessoas, somente homens.
Meia noite, céu nublado, temperatura agradável, e após alguns clicks e uma oração inicial colocamos os pés na estrada.
Inicialmente por uma rua asfaltada, com várias residências e com iluminação. Logo começamos a subir, tomamos o sentido leste, em direção à Ravena, que é um antigo Distrito de Sabará.
Não demorou e logo entramos na estradinha de terra. Seguimos subindo. Mesmo com rede elétrica, o trecho estava sem iluminação, indicando problemas.
Imprimimos um ritmo forte, mesmo na subida. Para trás ficou a cidade de Santa Luzia, de onde se destacava a bela e iluminada Igreja Matriz.
Após atingirmos o ponto mais alto, iniciamos uma descida suave, alternando trechos planos, de onde agora era possível ver ao longe as luzes da cidade de Belo Horizonte, bem como ouvir os roncos dos motores dos carros na BR abaixo, para onde iríamos em pouco tempo.
Não houve erro no trecho: nos mantivemos na estradinha de terra principal, que é bem conservada, ignoramos eventuais bifurcações, que são várias e que levam à sítios e residências rurais. Por volta de 2h00 da madrugada chegamos ao Posto Ravena, na BR 381.
Fizemos uma parada para descanso e lanche, abastecemos de água e voltamos à caminhada por volta de 2h25. Agora era o trecho mais perigoso da aventura noturna: seguiríamos pelo acostamento da antiquada BR 381 até o trevo da cidade de Caeté.
Logo após o Posto Ravena iniciamos uma descida de cerca de 2 km até o trevo do Distrito de Ravena. No trecho houve alguns chuviscos, mas graças a Deus não foram adiante.
Para incomodar só mesmo o trânsito pesado da estreita e sinuosa rodovia. Usávamos as nossas lanternas para chamar a atenção dos motoristas. Chegados ao trevo, alguns dos caminhantes não conseguiram manter o ritmo.
Fizemos breve parada e constatou-se que alguns ficariam por ali ou manteriam um ritmo mais lento, pois estavam sofrendo com bolhas nos pés e afins. A essa altura o grupo se dividiu em dois: eu e o Francis permanecemos no segundo grupo.
Logo após o Posto Ravena iniciamos uma descida de cerca de 2 km até o trevo do Distrito de Ravena. No trecho houve alguns chuviscos, mas graças a Deus não foram adiante.
Para incomodar só mesmo o trânsito pesado da estreita e sinuosa rodovia. Usávamos as nossas lanternas para chamar a atenção dos motoristas. Chegados ao trevo, alguns dos caminhantes não conseguiram manter o ritmo.
Fizemos breve parada e constatou-se que alguns ficariam por ali ou manteriam um ritmo mais lento, pois estavam sofrendo com bolhas nos pés e afins. A essa altura o grupo se dividiu em dois: eu e o Francis permanecemos no segundo grupo.
Continuamos a caminhada pelo acostamento e depois do trevo de Ravena começamos a subir. Inicialmente de modo discreto, mas após a fábrica da Cotochés a inclinação aumentou. Foram cerca de 4km de subida, que exigiram grande esforço, pois seguíamos em ritmo acelerado.
Quando atingimos a cota de 1.076m a subida ficou para trás e assim nos mantivemos até o trevo de Caeté, 5 km adiante, aonde chegamos às 5h00.
O grupo que estava na dianteira já nos aguardava e então fizemos uma boa parada para descanso e lanche. Eu devorei dois sanduíches preparados pela mãe do Francismar eheh.
Quando atingimos a cota de 1.076m a subida ficou para trás e assim nos mantivemos até o trevo de Caeté, 5 km adiante, aonde chegamos às 5h00.
O grupo que estava na dianteira já nos aguardava e então fizemos uma boa parada para descanso e lanche. Eu devorei dois sanduíches preparados pela mãe do Francismar eheh.
Subindo sentido Caeté |
Trevo da Serra |
Passava das 5h20 quando retomamos a caminhada pelo asfalto, agora pela MG 435, que liga a BR 381 à cidade de Caeté. Pista simples e sem acostamento.
Como o trecho é somente subida e devido ao ritmo acelerado que imprimimos até então, a pernada tornou-se mais lenta.
Positivo era que não tínhamos grande movimento de veículos pela estrada. O dia amanheceu nublado, fazia frio e não conseguíamos nem ver o topo da Serra da Piedade.
Novamente o grupo se dividiu, com cada um seguindo no seu ritmo. Pela estrada passamos um grupo de caminhantes que descansava. Em torno de 6h20 chegamos ao trevo de acesso ao Santuário da Piedade, vencendo os 5 km que o separa da BR 381.
Muita gente estava por lá e tivemos a notícia que o portão de acesso à Serra somente se abriria às 7h00 da manhã.
Estávamos a 1.315m de altitude e teríamos cerca de 400m de desnível até o topo da Serra, com mais 5 km de subida asfaltada.
Boa notícia, foi o prazo para sentarmos para um descanso e o pessoal da portaria liberou o acesso antecipadamente. Era 6h30 da manhã!
Como o trecho é somente subida e devido ao ritmo acelerado que imprimimos até então, a pernada tornou-se mais lenta.
Positivo era que não tínhamos grande movimento de veículos pela estrada. O dia amanheceu nublado, fazia frio e não conseguíamos nem ver o topo da Serra da Piedade.
Novamente o grupo se dividiu, com cada um seguindo no seu ritmo. Pela estrada passamos um grupo de caminhantes que descansava. Em torno de 6h20 chegamos ao trevo de acesso ao Santuário da Piedade, vencendo os 5 km que o separa da BR 381.
Muita gente estava por lá e tivemos a notícia que o portão de acesso à Serra somente se abriria às 7h00 da manhã.
Estávamos a 1.315m de altitude e teríamos cerca de 400m de desnível até o topo da Serra, com mais 5 km de subida asfaltada.
Boa notícia, foi o prazo para sentarmos para um descanso e o pessoal da portaria liberou o acesso antecipadamente. Era 6h30 da manhã!
Francis |
Não perdemos tempo e retomamos a caminhada. Ficar parado não dava, pois fazia muito frio.
Novamente cada um no seu ritmo, modos que os papaléguas da dianteira desapareceram no meio da multidão...
Francismar logo ligou para o resgate avisando que já estávamos na parte final do trecho. Sim, teríamos um resgate de ônibus ao fim da caminhada, afinal, creio que ninguém toparia fazer o caminho de volta a pé!!!
Novamente cada um no seu ritmo, modos que os papaléguas da dianteira desapareceram no meio da multidão...
Francismar logo ligou para o resgate avisando que já estávamos na parte final do trecho. Sim, teríamos um resgate de ônibus ao fim da caminhada, afinal, creio que ninguém toparia fazer o caminho de volta a pé!!!
Constatei que a estrada de acesso à Serra está novinha em folha e bem sinalizada!
Enquanto passávamos pela curva de acesso à única parte plana da estrada, na altura da Terceira Estação da Via Sacra, vimos um grupo adentrando pela mata de galeria; à esquerda. Eles estavam tomando um atalho que existe por ali. Não titubeamos e também seguimos pelo atalho...
Enquanto passávamos pela curva de acesso à única parte plana da estrada, na altura da Terceira Estação da Via Sacra, vimos um grupo adentrando pela mata de galeria; à esquerda. Eles estavam tomando um atalho que existe por ali. Não titubeamos e também seguimos pelo atalho...
Atalho logo acima, à esquerda |
Adentramos em uma trilha discreta e íngreme, com afloramentos rochosos, rodeados pelos arbustos da mata de galeria. Trata-se de um atalho que desembocará na penúltima curva da estrada da subida. Logo, não é curto!
Na subida, em um ponto de dúvida, pois a neblina estava densa, um novo grupo nos alcançou. Uma moça indicou o sentido correto: bastaria acompanhar o cano d'água que sobe/desce a serra e nos deixaria a poucos metros da Ermida da Piedade...
Na subida, em um ponto de dúvida, pois a neblina estava densa, um novo grupo nos alcançou. Uma moça indicou o sentido correto: bastaria acompanhar o cano d'água que sobe/desce a serra e nos deixaria a poucos metros da Ermida da Piedade...
Por aí seguimos e a trilha tornou-se exigente. Eu adorei, pois a princípio imaginava que teria que subir pelo asfalto, que são cerca de 5 km, com muito vai e vem de curvas. A trilha foi um prêmio!
Não demorou e o Francis recebeu uma ligação de um dos caminhantes do grupo dizendo que já havia chegado ao topo. Confesso que até me assustei com tanta rapidez...
De volta à trilha, Francismar não gostou muito, pois preferia ir pelo asfalto... Mas aquela altura não tinha volta: a opção única era seguir trilha acima. Em alguns pontos tornava-se bastante íngreme. Estando nós bastante cansados fomos subindo lentamente...
Não demorou e o Francis recebeu uma ligação de um dos caminhantes do grupo dizendo que já havia chegado ao topo. Confesso que até me assustei com tanta rapidez...
Avante hombre, falta pouco eheheh |
Caminhando lentamente, bastou uma curva para a direita e outra para a esquerda para adentrarmos à Praça onde está a imagem/escultura de Ceschiatti. Era por volta de 8h00 da manhã.
Definitivamente o atalho muito nos ajudou, poupando-nos pelo menos uns 4 km de asfalto!
Rodeada pela neblina |
Este era o panorama da serra com seus 1.746m de altitude naquela manhã: muitos visitantes, neblina, vento cortante e muito frio!!!
Enquanto fui à frente da Ermida, Francismar mergulhou lanchonete adentro, que fica um pouco abaixo da Praça Cardeal Motta.
Voltei e adentrei também ao local, que estava quentinha e lotada de alegres caminhantes! Tomamos café e nesse tempo, alguns outros do grupo que estavam mais lentos foram chegando.
Soubemos também que aqueles que haviam ficado lá em Ravena estavam chegando ao trevo da Serra naquele momento. E o resgate não demoraria chegar...
Enquanto fui à frente da Ermida, Francismar mergulhou lanchonete adentro, que fica um pouco abaixo da Praça Cardeal Motta.
Voltei e adentrei também ao local, que estava quentinha e lotada de alegres caminhantes! Tomamos café e nesse tempo, alguns outros do grupo que estavam mais lentos foram chegando.
Soubemos também que aqueles que haviam ficado lá em Ravena estavam chegando ao trevo da Serra naquele momento. E o resgate não demoraria chegar...
Observatório da UFMG |
Aproveitei para agradecer e pedir em nome da minha família, amigos e aventureiros! Logo o pessoal do resgate chegou! Devido ao frio e ao vento, eu preferi ficar abrigado na Capela, que estava repleta de fiéis.
Muitos visitantes no feriado |
Após a celebração, ao sair da Igreja a neblina havia se dissipado. O céu estava parcialmente nublado, mas o sol insistia em brilhar diminuindo o frio.
Foi possível contemplar mais uma vez a beleza da vista desde o alto da Serra: simplesmente Maravilhosa!
Por volta de 11h00 da manhã iniciei a descida da Serra, voltando pelo atalho. Não tem erro, é puramente visual e praticamente uma linha reta serra abaixo, margeando um cano de água.
No trajeto encontrei com vários peregrinos alegres e animados! Graças ao atalho, em apenas 20 minutos cheguei ao trevo de acesso à Serra na MG 435.
Em um lance abençoado, imediatamente embarquei em um coletivo da linha Caeté - BH, aonde cheguei cerca de 1h00 depois.
Ao desembarcar no centro de BH pude comprovar parte da efervescência que estava por lá naquele 7 de setembro. Intenso!
Fui direto pra casa, chegando na Pampulha pouco depois das 12h30. Estava com as pernas doendo, mas muito feliz pela experiência: Foi um teste daqueles!
Posteriormente soube que todo o grupo chegou em casa na paz e ainda tiveram ânimo para intensa comemoração na velha Santa Luzia!
No trajeto encontrei com vários peregrinos alegres e animados! Graças ao atalho, em apenas 20 minutos cheguei ao trevo de acesso à Serra na MG 435.
Em um lance abençoado, imediatamente embarquei em um coletivo da linha Caeté - BH, aonde cheguei cerca de 1h00 depois.
Atleticanos - Foto: Karine Carvalho
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Fui direto pra casa, chegando na Pampulha pouco depois das 12h30. Estava com as pernas doendo, mas muito feliz pela experiência: Foi um teste daqueles!
Posteriormente soube que todo o grupo chegou em casa na paz e ainda tiveram ânimo para intensa comemoração na velha Santa Luzia!
Serviço
Trajeto no GE: quase 32 km madrugada adentro |
As informações sobre a Serra da Piedade (Santuário Estadual de Nossa Senhora da Piedade), como chegar, infraestrutura e outras informações poderão ser encontradas em um outro post desse Blog, intitulado Serra da Piedade em Caeté, MG: "magnífica arquitetura divina"
Bons ventos!
Última atualização: Nov 2017
Valeu pela companhia meu amigo... Ano que vem estaremos lá novamente... Ficou bacana o seu relato... Abraços... Francismar
ردحذفValeu Francis,
حذفLegal te ver no meio da neblina e na trilha eheh
Gosto muito lá daquela serra, visual é espetacular... e espero ano que vem repetir a dose!
Abração
Adorei!
ردحذفOlá,
حذفFico feliz que tenha gostado do relato!
E digo mais, praticar caminhadas é uma atividade de integração maravilhosa!
Peço licença ao Francis, organizador, e faço o convite, que tal nos acompanhar ano que vem?
Obrigado pela visita, e lhe peço um favor:
Qual o seu nome?
Abração
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