Serra de Cambotas, Garimpo e Cachoeiras de Cocais

Interior das Serras de Cocais
A região de Barão de Cocais esconde algumas serras que quase sempre são ofuscadas pela grandiosidade do Caraça, distante a apenas uns poucos quilômetros dali.

São as Serras do Garimpo e de Cambotas; esta última mais conhecida pelos escaladores; porém restrita aos seus paredões.

O que sabemos é que acima dos paredões da Cambotas encontramos amplas áreas de campos rupestres, ambiente propício para caminhadas desimpedidas. Completa o roteiro a descida pelas Cachoeiras da Garimpo, à leste de Cambotas e já próximas ao Distrito de Cocais.

Tão próximo de Belo Horizonte, o lugar é um refúgio para caminhadas despretensiosas; porém presenteia o caminhante com paisagens marcantes, amplos visuais e diversão garantida. Foi pra lá que nos mandamos em meados de março' 2017...

Rota realizada e disponibilizada no Wikiloc
Além de possibilitar estudar a região, você poderá baixar este tracklog (necessário se cadastrar no Wikiloc); e inclusive utilizá-lo no seu GPS ou smartphone (necessário instalar aplicativo). Recomendamos que utilize esta rota como fonte complementar dos seus estudos. Procure levar consigo croquis, mapas, bússola e outras anotações que possibilitem uma aventura mais segura.
Quanto melhor for o seu planejamento, melhor será o seu aproveitamento.
Caso não sinta seguro suficiente para realizá-la, é altamente recomendável contratar um condutor ou estar com companheiro de viagem.
Recomendável que leia este relato para melhor compreender esta rota.
Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

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Relato Dia 1


Ponto da cerca onde deixar a estrada para Caeté
Embarcamos em BH pouco depois das 6h00 do dia 11 de março; um início de sábado meio carrancudo. Em torno de 8h00 passamos pelo trevo do Distrito de Cocais, onde o Márcio e o Júlio já nos aguardava para a caminhada.

Mais alguns km e chegamos em Cocais, quando fizemos uma parada para comprar algumas coisinhas no supermercado e tomar um café.

Por volta de 8h45 reembarcamos; cruzamos a cidade e tomamos a estradinha de terra que segue para Caeté. Às 9h10 chegamos até a ponta sul da Serra de Cambotas; ponto inicial da nossa caminhada.

Esse ponto é pouco mais de 1 km acima da trilha que leva ao Morro das Antenas; outro local anexo à Cambotas e bastante conhecido na região. Naquela manhã o tempo estava parcialmente nublado; mas prometia calorão de rachar mais tarde!

Depois de passar batido pelo correto ponto inicial, retornamos alguns metros, ajeitamos as tralhas, despedimos do nosso resgate e cruzamos a cerca de arame à beira da estrada. A trilha parte à direita da estradinha, tomando rumo ao um raso vale, a aproximadamente 1.070m de altitude.

Percorremos esses poucos metros iniciais e imergimos numa fina capoeira, quando cruzamos o primeiro e bom ponto de água. Quase ninguém parou para abastecer, pois estávamos em carga completa.

A trilha batida e com sinais de uso recente por mototrilhas logo nos levou a área de campo aberto mais acima; e discretamente fomos ganhando altura. Em um pequeno aclive nossa amiga Raquel acabou torcendo o tornozelo. Após recuperar-se do susto, optou por continuar a caminhada; apesar das dores!

Vista Sul: Barão e Caraça coberto por nuvens (Foto de outra ocasião)
Logo à frente ignoramos uma saída à direita que leva à uma fonte de água no fundo do vale, pois logo acima a cruzaríamos. Seguimos pela trilha em caracol e às 10h00 aproximamos do dito ponto de água.

Fizemos uma parada; quando nos abastecemos, pois aquela seria a última boa fonte até após a descida de Cambotas.

Após cruzar o ponto de água, a inclinação do terreno aumentou e a trilha foi revelando muitas rochas pelo seu leito. Percorremos a beira de uma ladeira, tendo a vista da cidade de Barão de Cocais à sudeste. Ao norte bonitos paredões e cumes de uma serra típica de área de transição.

Região do platô interior. Trilha que leva aos Mirantes de Cambotas
A trilha deu uma nivelada e às 10h30, numa subida em caracol cruzamos o mesmo ponto de água duas vezes. Trata-se de uma mirrada água temporária e que seca no período de inverno. Como estávamos abastecidos passamos direto e continuamos morro acima.

Ás 10h50 chegamos até uma área de campos, já em nível com o platô interior das Serras; um lugar muito bonito a aproximadamente 1.310m de altitude. Cruzamos uma pequena tronqueira e fizemos uma parada para descanso e rápido lanche.

Vista Noroeste, destacando a Serra da Piedade
Passava das 11h10 quando retomamos a caminhada pela trilha batida que leva aos mirantes de Cambotas, mantendo o sentido noroeste. Uma subida mais inclinada e rodeada por canelas de ema; algumas bem crescidas.

Em 15 minutos chegamos ao primeiro mirante da Serra de Cambotas, a aproximadamente 1.395m de altitude.

O calorão havia chegado de vez, com o sol insistindo em torrar os miolos. Caminhamos um pouco mais adiante e fizemos nova parada em um outro mirante.

Região de Belo Horizonte ao fundo visto desde Cambotas
O grande destaque é observar o Maciço do Caraça surgindo imponente ao Sul. Virando à noroeste, surge a Serra da Piedade, referência na região de Belo Horizonte; além do Pico Belo Horizonte, Serra do Curral e trechos urbanos na divisa com Nova Lima.

Para oeste sobressai o Morro das Antenas. Para o Norte, o grande vale entre serras, destacando todo o nosso caminho ainda a percorrer...

Interessante também observar a vegetação das áreas de transição. Enquanto no topo da serra predominam os campos rupestres e de altitude; os vales que circundam as serras são úmidos, com vegetação de mata atlântica bastante viçosa. Muito bonito, a região dos Mirantes é um lugar em que se poderia permanecer por horas e horas a observar...

Pico Norte visto desde Cambotas. Caminho a seguir...
Mas como tínhamos uma boa pernada adiante, tratamos logo de partir. Às 11h40 começamos a descer o trecho norte do Mirante de Cambotas. A trilha repleta de cascalho era um empecilho, lugarzinho excelente para derrapagens...

Mas vamos nos ajeitando e rapidamente chegamos ao platô de campos interior; praticamente em mesmo nível lá da passagem da tronqueira antes de ascender aos Mirantes.

Pit stop dos amigos em pleno meio dia...
Enquanto realizávamos a descida, fomos ultrapassados por vários motociclistas trilheiros; nos obrigando a saltar da trilha pro mato para não sermos atropelados...

Aproveitamos e fizemos uma parada para lanche, porque a fome apertou! Nos espalhamos pelo capim e rochas e ficamos jogando conversa fora sob o calorão do meio dia...

Pouco depois das 12h20 retomamos a caminhada. De cara ignoramos uma saída à direita, tomando à esquerda. Logo à frente, cruzamos uma tronqueira e ignoramos outra saída à direita, que seria um caminho opcional ao nosso.

Permanecemos naquele mais batido, cruzando matações e permeando vistosas canelas de ema. Numa guinada à Nordeste, passamos a percorrer um declive, cuja trilha repleta por rochas formavam degraus em alguns pontos. Seguimos encurralados por dois morrotes repletos de afloramentos, até iniciarmos o nivelamento da trilha.

Declive interior. Adiante saímos naquela área de campos,
após o córrego que foi cruzado duas vezes
Beirava às 13h00 quando ignoramos uma discreta saída à esquerda em favor de uma trilha à direita; que nos levou a um bom, volumoso e sombreado ponto de água.

Foi providencial, porque o calor era intenso. Mas não fizemos parada por ali, pois cruzaríamos o mesmo curso d'água um pouco mais à frente.

Após o riachinho, que forma alguns pequenos remansos abaixo do ponto de passagem, saímos em campo aberto, seguindo por trilha discreta e em suave declive.

Pela área de campos com o Morro Norte ao fundo
A certa altura da área de campos, deixamos a trilha e passamos a caminhar por campos, atalhando caminho. Cruzamos uma velha estradinha nordeste-sudoeste que leva até uma plantação de eucaliptos à nossa esquerda.

Logo adiante passarmos por uma ossada de gado; quando demos uma guinada para a esquerda, cruzamos uma cerca-porteira velha e às 13h15 aproximamos novamente do curso d'água que havíamos cruzado pouco antes. Com água e sombra por perto aproveitamos para fazer nova parada para descanso.

Área de campos interior: região das mais bonitas
Parece um jardim planejado caprichosamente
Por volta de 13h30 retomamos a caminhada tomando novamente rumo noroeste. Saímos em um bonito campo aberto com algumas canelas de ema esparsas; um dos pontos mais bonitos da caminhada.

Em aclive, vencemos o trecho de campo por uma discreta trilha; e adentramos novamente entre afloramentos rochosos e matações.

Em menos de 15 minutos passamos por uma cerca velha caída e adentramos novamente em campos; agora em suave declive.

Ignoramos discreta saída à esquerda que leva á borda e terras baixas a oeste do sistema. A trilha discreta nos levou em direção a uma grande ravina; numa subida discreta adiante. Após a ravina, a trilha quase se perde no capim, mas vamos nos esforçando e mantendo a direção, ignorando uma saída à direita.

Canelas de Ema: sombras escassas
Reencontrando a trilha, adentramos entre novos afloramentos e muitas canelas de ema. O calorão estava de matar, e entre vencer o aclive e caçar uma sombra nem pensamos duas vezes.

O visual percorrido revelou-se muito bonito e nem fazemos questão de ficar um tempinho por ali... Pra quê correr se podemos parar e curtir o visual???

Por volta de 14h20 retomamos a caminhada e pouco acima a trilha se estabilizou e novo campo se abriu. Seguimos trilha adiante, quando mostrei à leste uma casinha que passaríamos em frente logo mais tarde e após contornar o Morro Norte!

Ignoramos nova saída à direita, passamos sob uma linha de alta tensão; bonitas e grandonas canelas de ema e em passos largos aproximamos do Morro Norte.

Subindo o Morro Norte. Cambotas e Caraça ao fundo
Àquela altura não era muito animador subir um morro tão íngreme para depois descê-lo. Poderíamos tomar a saída à direita e encurtar caminho, mas programa é programa. Passamos então a subir o trecho mais íngreme de toda a caminhada.

As rochas formando degraus, subida em caracol mas que pouco adiantava, enfim, trecho cansativo. Pouco antes das 15h00 chegamos à crista de acesso, passando a beirar um precipício à nossa esquerda.

Mais alguns metros e pontualmente às 15 horas chegamos ao cume da crista, a aproximadamente 1.375m de altitude. Fizemos uma boa parada para observar a região.

Formação Oeste do Morro Norte
Destacam-se a proximidade da Serra da Piedade à oeste; e o Caraça ao Sul. Também é possível observar o Pico Belo Horizonte e a encosta sul da Serra do Curral; bem como os trechos urbanos do Vila da Serra e Belvedere, na divisa dos municípios de Belo Horizonte e Nova Lima.

Pelos vales, uma vastidão de terras mais úmidas e vegetação viçosa, permeada por muitos sítios e pequenas fazendas. À nossa esquerda, aquele que seria o cume principal da nossa caminhada, porém nos contentamos em permanecer ali naquele mirador. Lugar muito bonito!

Descendo da crista
Por volta de 15h30 retomamos a caminhada. Em declive acentuado deixamos a crista e chegamos até um vale ao norte do morrote.

Em desfavor da trilha que segue rumo norte sentido Antonio dos Santos, tomamos então uma trilha à direita beirando uma capoeira, tomando rumo leste. Os amigos mais rápidos logo sumiram na dianteira.

Nós outros permanecemos na rabeira. Por volta de 15h50 adentramos em uma matinha. Passamos por um ponto úmido, com um merejo de água, quando tomamos o rumo sul.

A matinha foi raleando e rapidamente transformou-se em uma capoeira. Mais alguns metros e saímos em área aberta.

Ignoramos uma saída à esquerda que leva a estradinha de acesso a sítios da região e mantivemos o rumo sul, quando cruzamos com dois rapazes com várias mudas de orquídeas, claramente coletadas no lugar. Após um dedo de prosa, pois apresentavam claramente surpresos com nossa presença, tocamos adiante e chegamos em outra pequena área úmida.

Descendo...
Passamos o trecho e pouco adiante tomamos a trilha da esquerda, pois a da direita leva lá para o lado oeste, próximo da rede de alta tensão que cruzamos pouco antes do Morro Norte. Continuamos pela trilha em campo aberto e em declive; passando novamente sob a linha de alta tensão.

À frente, cruzamos uma matinha e aproximamos então daquela casinha que havia mostrado aos amigos quando estávamos lá na borda oeste. Alguns ficaram até bravos comigo; perguntando porque não havíamos vindo direto pro lugar... Faz parte!!!

Área escolhida para acampamento. Ideal!
Continuando a pernada, entre nós e a casinha nos separa um córrego, afluente do Una, que após cruzar uma cerca aberta, interceptamos logo abaixo, às 16h30.

Após o córrego, caminhamos em terreno plano e aberto pela sua margem direita. Passamos pela continuação da trilha que cruza o córrego e prosseguimos pelo campo até próximo à matinha que bordeja a área, por lá armando acampamento.

Lugar ideal, plano, abrigado e com água farta por perto; próximo à junção de dois cursos d'água... O curso d'água à nossa direita é o mesmo que cruzamos por duas vezes, horas antes, logo após a descida dos Mirantes de Cambotas e do trecho de matações.

Também é nesse ponto que chega uma rota de escape que parte lá daquela erosão próximo à borda oeste. Ademais, fez um bonito entardecer... Tivemos até a rápida visita de um rapaz que apareceu por lá, à procura de um cavalo extraviado. De resto, somente nós naquele lugar de paz! Foi uma noite tranquila e proveitosa!

Relato Dia 2


Solzinho tímido de manhã. Depois ficou carrancudo por um tempo...
A manhã de domingo amanheceu nublado, com tímido nascer do sol. Após os afazeres normais, deixamos o lugar por volta de 8h30. Voltamos alguns metros e interceptamos a trilha, tomando à direita e cruzando o córrego que estreita no ponto de passagem.

Adiante margeamos pela esquerda um curral velho, adentramos em área de mata e logo adiante interceptamos a estradinha velha que dá acesso à algumas moradias e sítios na região. Tomamos à direita e seguimos em declive.

Logo à frente passamos reto por uma saída à direita, que é a chegada de uma rota de escape que parte lá da estradinha dos eucaliptos. Aproximamos então de vários pés de goiabeiras em meio à capoeira. Aproveitamos pra saborear algumas...

Fazendeira contente com sua última e moderna aquisição...
Mais abaixo margeamos um pequeno lago pela direita e chegamos a uma ruína de moradia, com dois tratores velhos e abandonados.

Após alguns cliques, continuamos a caminhada pela estradinha, que estava repleta de quaresmeiras floridas em suas margens. Chegamos e cruzamos o agora Córrego do Una às 9h10; dessa vez através de uma ponte de terra.

Cruzado o ribeirão, poucos metros adiante abandonamos a estradinha em favor de uma trilha à nossa esquerda, que seguem os sinais de um ramal de apagada estradinha; que parece ser a antiga versão do trecho.

Quando nos aproximamos de uma cerca de arame que divide o pasto de uma capoeira à nossa esquerda; deixamos a trilha que segue a velha estradinha, cruzamos a cerca e entramos por uma trilha que segue rasgando a capoeira adentro.

Caranguejeira grandona. Foto: Rodrigo Fonseca
Essa capoeira vai raleando e em alguns trechos sobressaem samambaias. Visualizei um graúdo esquilo e logo adiante uma caranguejeira de respeito! Gigante!

Em rápidas aberturas vemos o vale por onde desce o Ribeirão do Una. Trecho agradável, ignoramos uma quase fechada saída à esquerda, que parece levar até a outra margem do riacho; onde há uma residência.

Sempre em declive chegamos às 9h30 a uma bifurcação importante. Para a direita é um caminho que passa fora das cachoeiras e finaliza na estradinha dos sítios locais e leva à portaria oficial da Cachoeira de Cocais.

Como iríamos para as cachoeiras tomamos à esquerda. Pouco abaixo da bifurcação há umas vigas de aço abandonadas ao lado direito da trilha. Visualizamos também na margem esquerda do Una um sítio, com algumas barracas abaixo da construção.

Queda do Chiado no Rio Una
Poucos minutos adiante chegamos até uma cerca de arame à nossa esquerda. Deixamos a trilha que desce mata abaixo, cruzamos a cerca e em poucos passos às 9h40 chegamos à primeira queda do Complexo das Cachoeiras de Cocais; que alguns chamam de Cachoeira do Chiado.

Tempo ainda nublado, cruzamos as águas do Rio Una, que estavam bem frias. Estabelecemos à margem esquerda do Rio para curtir o lugar. A partir dali, cada um tinha liberdade para fazer o que desejasse.

Em poucos minutos após nossa chegada, outras pessoas chegaram ao lugar; algumas carregando caixas de bebidas. Estavam com crianças, o que acho legal para o lugar! Enfim, nada anormal e tudo discretamente.

Algum tempo depois parte dos amigos foi descendo o Rio Una. Eu fiquei por ali bastante tempo, pois sabia que as quedas abaixo estariam com mais visitantes; pois o clima indicava um dia quente e ensolarado. Ao permanecer acabei encontrando alguns amigos de BH; e conheci o David, guia de trilhas também de BH; amigo virtual de longa data.

Por volta de 11h30, juntamente com alguns amigos resolvemos deixar o lugar, descendo pela margem esquerda do rio. Sem dificuldades, porém sem pressa fomos descendo. A essa altura o sol já havia dado as caras e o calor já era grande.

Lajeado
Passamos pela queda conhecida como Lajeado, quando a água escorre pela rocha formando um bonito conjunto; com um agradável e convidativo poço.

Estava vazia e bateu um baita vontade de ficar por ali; mas como o relógio não espera, paramos apenas para alguns retratos.

A partir da queda da Lajeado, a trilha torna-se mais marcada, pois o trecho mais íngreme em rochas ficou para trás. A trilha adentra numa capoeirinha, para metros adiante despontar no topo da Cachoeira do Leão. 

Queda do Leão
Chegados na Cachoeira do Leão descemos até o poço e por lá já estavam nossos outros amigos se esbaldando.

A Cachoeira do Leão tem esse nome porque há uma grande rocha bem em frente à queda; que conforme o ângulo lembra um leão descansando. Seu poço é aberto e bastante agradável. Faminto, preparei uma comidinha e ficamos por ali de bobeira.

O lugar estava repleto de visitantes; algo comum para um dia quente e mais acessível. Reencontrei alguns outros amigos e conheci uma penca de outros... Muito bacana tudo isto!

Cachoeira de Cocais
A foto não mostra, mas à esquerda há um bom poço para banho
Embaixo das quedas da direita não há poço.
Por volta de 13h20 deixamos a Cachoeira do Leão e também pela margem esquerda do Una seguimos para a Cachoeira de Cocais; aonde chegamos às 13h30.

Trata-se de um conjunto de quedas espalhadas em um paredão que permitem boa curtição; seja nas duchas de fundo raso; ou seja na extrema esquerda do conjunto, aonde há um poço mais profundo.

O lugar estava superlotado; mas é tão bonito e agradável que isto não chegou a ser um problema. Novamente reencontrei e conheci pessoalmente vários amigos virtuais. Fizemos hora por ali, com tempo pra refrescar do calorão...

Por volta de 14h45 deixamos o lugar tomando rumo à portaria do Complexo. Na rabeira, era hora de enfrentar uma boa subida pela ampla trilha de acesso. Sorte que o trecho é quase todo sombreado, aliviando o calorão.

Lá pelo meio da subida meu amigo Márcio deu falta do seu aparelho celular. Coitado, desceu e retornou até a Cachoeira à procura do aparelho. Retornou após uns 20 minutos sem o aparelho... Continuamos a subida meio chateados.

Ao chegarmos no Mirante da Trilha alcançamos nossos amigos que estavam na dianteira. Nesse ponto, com sinal de celular, a Vanja ligou para o número então extraviado. Resultado: o aparelho estava enfurnado na cargueira do Márcio...

Vista desde o Mirante para os lados do Distrito de Cocais
Do Mirante foram poucos metros, a trilha se estabilizou e chegamos à portaria do Complexo às 15h30; aonde já nos aguardava o Oliveira, proprietário do lugar.

Por ali, ajeitar final das tralhas; provar do pastel, bebericar alguma coisa e comemorar a pernadinha gostosa do fim de semana. Pouco depois das 16h00 nosso resgate chegou.

Embarcamos imediatamente e tocamos para o Distrito de Cocais, aonde nossos amigos Márcio e Júlio desembarcaram. Nós outros seguimos para BH, fazendo rápida parada na rodovia para um rápido café. Depois, non stop até BH, aonde chegamos pouco antes das 19h00.

"Nóis" em pose
Essa pernadinha prá lá de gostosa é só um exemplo de que basta um pouquinho de esforço para incrementar uma caminhada.

Poucos caminhantes percorrem esta pequena Serra; focando apenas em visitar o Complexo de Cachoeiras de Cocais. Não que isto seja ruim, mas é sempre positivo conhecer outros caminhos. E mais, o trecho é perfeitamente possível de ser concretizado em apenas um dia.

Nós preferimos acampar na Serra, pois sabemos que acampamentos são sempre experiências proveitosas! Por tudo isso, fica sempre a vontade de retornar... Muito grato aos novos e velhos amigos por mais essa pernadinha!

Serviço


As Serras da Cambota e do Garimpo estão localizadas no município de Barão de Cocais; na porção sul do Espinhaço Mineiro. Trata-se de uma área de transição, apresentando formações de campos rupestres e de altitude em sua parte superior e recortes de viçosa mata atlântica em suas encostas.

É uma região de rara beleza, permitindo bonitos visuais de toda a região que engloba desde a Serra do Curral, Serra da Piedade e até o Caraça. É recortada por uma série de antigas trilhas oriundas da criação de gado, que permitem percorrer praticamente toda a extensão das serras.

O Trekking se desenvolve predominantemente no sentido Sul-Norte-Sudeste, formando um V invertido. Parte das proximidades de Barão de Cocais, se dirigindo em aclive à Serra de Cambotas. Já no platô interior predominam pequenos aclives e declives.

Na sua parte final, passa pelas influências da Serra do Garimpo; prosseguindo em declive pelas imediações do Córrego do Una, o principal curso d’água que brota no interior da serra e que formará o Complexo das Cachoeiras de Cocais, um dos recantos mais bonitos e singelos de toda aquela região. Aproximando do Complexo, a trilha percorre trechos rodeados de mata atlântica, e novamente campos rupestres.

Com aproximadamente 20 km de extensão (descontados os trechos em que é possível realizar em automóvel), é um trekking indicado não só para experientes; mas também como oportunidade para primeiras experiências em caminhadas mais longas ou pernoites no estilo natural. Pode ser realizada em 1 ou 2 dias.

Para realização em 2 dias, o recomendável é acampar no estilo natural nas proximidades do afluente do Ribeirão do Una, cerca de 1h acima do Complexo de Cachoeiras. Além do visual aberto e amplo, outros principais atrativos da rota são as cachoeiras do Complexo de Cocais, que incluem as quedas do Chiado, Lajeado, Leão e Cocais.

Importante informar que, nas proximidades de Barão de Cocais e da estradinha de terra que segue para Caeté há a bonita Cachoeira de Cambotas.

Já pros lados do Distrito de Cocais, nas influências do Córrego Una e pouco abaixo do Complexo de Cachoeiras de Cocais há o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, um atrativo a mais na região e que pode ser incluído na caminhada, conforme desejo do praticante.

Há ainda o histórico Distrito de Cocais, que preserva alguns casarões e Igrejas que valem a pena ser visitados.

Distâncias aproximadas

Cidade referência: Belo Horizonte
Belo Horizonte a Barão de Cocais: 98 km
Barão de Cocais ao início da trilha: 7 km (estrada de terra)
Portaria do Complexo de Cocais ao Distrito de Cocais: 4,5 km (estrada de terra)
Distrito de Cocais a Belo Horizonte: 90 km

Como chegar e voltar

Cidade referência: Belo Horizonte

De ônibus
Ida: Viação Pássaro Verde até Barão de Cocais → Táxi ou Mototáxi ou à pé até o início da trilha
Volta: Táxi ou Mototáxi ou à pé até o Distrito de Cocais → Viação Pássaro Verde até BH
► Confira no site da Viação Pássaro Verde os horários e frequências

De Trem
Ida: Trem da Vale BH até Estação Dois Irmãos → Coletivo até Barão de Cocais → Táxi ou Mototáxi ou à pé até o início da trilha
Volta: Táxi ou Mototáxi ou à pé até o Distrito de Cocais → Coletivo até Entrada da cidade de Barão de Cocais → Trem da Vale da Estação Dois Irmãos até BH
► Há apenas dois horários diários de trem. A ida é pela manhã; o retorno é final da tarde. Consulte no site do Trem da Vale os horários.

De carro
Ida: BR 381 até Trevo de Barão de Cocais → MG 436 até Barão de Cocais → Estrada de Terra Barão de Cocais a Caeté até o início da trilha
Volta: Estrada de Terra da portaria do Complexo Cachoeira de Cocais até o Distrito de Cocais → MG 436 até a BR 381 → BR 381 até BH
► Início e final se dão em pontos distintos. Fique atento.

Considerações Finais


► Trilhas e Trajeto 1: Predomina o sentido Sul-Norte-Sudeste. Sombreamento em aproximadamente 15% do trajeto. Há subidas (trecho inicial) e descidas (trecho final). Trecho inicial por estradinha de terra em bom estado que liga Barão de Cocais a Caeté.

► Trilhas e Trajeto 2:A trilha tem início na estrada e sobe até os Mirantes da Serra de Cambotas. No interior do sistema, há aclives e declives, com trilhas bem marcadas. Há diversas saídas que podem confundir, entretanto, sabendo a direção isto é minimizado, pois é praticamente possível visualizar todo o sistema.

► Trilhas e Trajeto 3: Em sua parte final, região de influência da Serra do Garimpo e adentrando na influência do Rio Una predominam declives. Na região do Complexo de Cachoeiras recomenda atenção, pois há degraus e trechos em lajes; porém em momento algum é necessário uso de equipamentos especiais.

► Logística de Acesso: Como em toda Travessia, a logística de acesso-regresso costuma ser a parte mais complicada para o caminhante; pois quase sempre se tratam de pequenas localidades em que transporte público é escasso ou simplesmente não existe. Dependendo do dia e horário, essa situação muitas vezes exige a contratação de serviços de táxi ou então combinado com amigos; ou então restando a alternativa de se fazer longos trechos à pé por estradinhas vicinais. Portanto, avalie bem antes de realizar a travessia para não correr riscos de ter que ficar mais um dia no mato sem ter se programado para isto! Já para quem ir-retornar de automóvel, as estradinhas de terra encontram em bom estado.

► Reserva para Travessia: Para a Travessia não é necessário reserva; desde que não passe pelo Complexo de Cachoeiras de Cocais. Caso contrário, se desejar passar pelo Complexo de Cachoeiras de Cocais é necessário comunicar com o proprietário do lugar (Sr. Oliveira, telefone 31 99785-9139), solicitar autorização e confirmar a data, principalmente se a realização for em dia de semana. Há cobrança pelo acesso. Mantenha contato com o proprietário para confirmar o valor quando da sua visita.

► Camping: No alto da serra não há camping; restando a alternativa de acampamento natural. Já no Complexo de Cachoeiras de Cocais há camping com boa estrutura (Sr. Oliveira, telefone 31 99785-9139). Há comércio de bebidas e alguns salgados no lugar; porém o ponto comercial somente funciona em fins de semana.

► Água 1: Há alguns pontos de água pela rota, não sendo necessário transportar grandes quantidades. Mas no tempo da seca algumas fontes desaparecem; então nesses períodos fique atento e abasteça sempre em carga máxima.

► Água 2: Fontes perenes estão no (1) Rego d'água logo no início da trilha, poucos metros abaixo da Estrada Barão de Cocais a Caeté; (2) Ainda na parte da subida para Cambotas, pouco acima do primeiro ponto; (3) no interior da serra, após a descida da Serra da Cambota; (4) Na descida em direção ao Complexo de Cachoeiras de Cocais; em afluente do Ribeirão do Una e no próprio Ribeirão do Una.
Fique atento e use sempre purificador!

► Exposição ao Sol: Intensa, pois há pouca sombra pela rota. Use protetor solar.

► Tempo de realização: O melhor período para realização dessa travessia é de abril a setembro; que é a época mais seca na região. Porém é quando as águas das cachoeiras estão mais geladas. Em dois dias seria o formato para se caminhar com calma e curtir os atrativos sem pressa. Mas é possível realização em apenas 1 dia; pois toda a rota perfaz aproximadamente 25 km; podendo ser reduzida optando pelo atalho na região da linha de transmissão/alta tensão; ou mesmo em opções anteriores.

► Segurança 1: É uma travessia que permite diversas rotas de escape. Na região de Cambotas basta retornar para Barão de Cocais pela mesma trilha/estrada de início. No interior do sistema há pelo menos 3 opções de trilhas que podem encurtar a rota; além da saída para Antonio dos Santos.

► Segurança 2: Há sinal de telefonia celular em alguns pontos da rota; em especial no alto da serra.

► Segurança 3:Ambientes naturais abrigam insetos e animais peçonhentos. Isto é natural e normal. Portanto ao manusear suas roupas e equipamentos verifique com atenção e rigor se não há presença desses animais ou insetos; evitando acidentes.

► Cash: leve dinheiro trocado e em espécie. Pequenas localidades não aceitam cartões ou cheques.

► Carta Topográfica: Jaboticatubas


► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

Bons Ventos!

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