Há poucos dias comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho. Incrivelmente esta data passou quase em branco no meio do Montanhismo e afins.
Poucas mídias especializadas ou atores do ramo abordaram o assunto, mesmo que de forma ligeira.
Os poucos que abordaram, em especial nas redes sociais, resumiu-se a imagens bonitas, impactantes; daquelas claramente para obter curtidas, compartilhamentos e nada mais... Isto é muito sério e preocupante...
Como estamos lidando com o meio natural que tanto usufruímos? Estamos apenas na base do desfrute e nada fazendo para retribuí-lo? Será que não somos daqueles que estabelecem inflamados discursos em favor da preservação nas redes sociais, mas discretamente abandonamos lixo pelas trilhas; destruímos nascentes; não estamos 'nem aí 'para as erosões, depositamos fezes em qualquer lugar? Ou ainda, bancamos uma postura simplista que restringe acessos, como se isto fosse a salvação do meio? Pois bem, os questionamentos são muitos e variados; e não raras vezes despertam paixões e iras...
A prática do Montanhismo, seja através do Trekking; e por vezes a Escalada; está intrinsecamente ligado ao Meio Ambiente Natural. Fora deste não há que se referir ao Montanhismo.
Embora a macro expressão Meio Ambiente cause espanto aos linguistas e apresente um conceito bastante abrangente e diverso, importa saber que o Montanhismo (e suas modalidades) veta qualquer tipo de ação deliberada que resulte em prejuízos ao meio natural.
Por isso o mínimo que se espera é que o praticante tenha ciência da sua atividade e dos eventuais impactos ambientais que isto possa provocar; sob pena de colocar um fim ao próprio meio-fonte da sua prática...
O Ministério do Meio Ambiente brasileiro define o Meio Ambiente Natural (ou Físico) como sendo “o meio constituído pelo solo, o ar, a água, a flora; enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações desta com o ambiente físico que ocupam”.
Isto pressupõe que a prática do Montanhismo e suas modalidades devam ser pautadas por condutas que possibilitem manter este Meio Físico o mais próximo possível da sua condição natural.
Estabelecer condutas para a prática de atividades no meio natural não significa ser um “eco-radical”; ou um “eco-chato”. Até porque se alguém assim proceder, não somente a prática do Montanhismo estaria inviabilizada; mas também até parte da ciência, pois não há nenhuma atividade praticada na natureza, inclusive a pesquisa científica, que não cause algum impacto, por menor que este possa ser.
A simples presença humana em uma mata, por exemplo, é capaz de estressar animais ou destruir microrganismos e plantas delicados. Não, eco-chatos não são necessários; necessário são pessoas conscientes e responsáveis!
Uma ação interessante é desenvolvida no Brasil desde os anos 2005. Inspirados nas atividades da ONG norte americana Leave no Trace (literalmente Não Deixe Rastro), que primeiro elaborou uma série de regras de mínimo impacto em atividades na natureza, o Clube Excursionista Universitário CEU; de São Paulo, em conjunto com outras entidades formatou em 2005 a Campanha intitulada Pega Leve.
Elaboraram uma série de 8 princípios que visam o mínimo impacto nas práticas de atividades no meio natural.
Foram denominados Princípios de Mínimo Impacto, cuja prática é altamente recomendável. E apesar de estar aí a uma década, muitos 'trekkers' e (pasmem!) montanhistas nunca ouviram falar...
Para nós leigos, os princípios apresentados são simples, diretos e de grande valia. Mas não custa lembrar que, impacto ambiental não deveria ser visto simplesmente pela ótica do bioma, como ocorre em sua maioria; mas sim levando em consideração a correlação da vegetação com o solo, o relevo, a geologia e o clima de dada região.
Isto permite diferenciar impacto ambiental conforme regiões, favorecendo tomadas de decisões. Inclusive, do ponto de vista mais comum, esta visão mais aprofundada de impacto ambiental poderia inclusive nos livrar de situações embaraçosas; que costumeiramente servem de pretexto para proibições ou até acusações as mais diversas. Mas lembre-se, é importante que mesmo de modo íntimo procuremos antes definir o que seja impacto ambiental...
Por outro lado, não sejamos ingênuos. Sabemos que quando estamos em meio à natureza, algumas situações extremas podem nos obrigar a lançar mão de algum recurso disponível; como a caça, a pesca, o corte de vegetação, a defesa da vida humana mediante ameaças, dentre outras.
Mas isto somente deve acontecer em casos de riscos explícitos à sobrevivência e jamais por puro e simples prazer; ou satisfação do ego! E mesmo nesses casos necessários, há técnicas que podem ser apreendidas e aplicadas que resultam em um menor impacto possível.
Portanto, mesmo que não sejamos gestores, especialistas ou estudiosos ambientais; até porque o saber acadêmico não é pré-condição para um trabalho ambiental frutuoso; não custa cuidar para que nossas práticas não deixem rastros; ou pelo menos, deixem pegadas discretas!
Isto é o mínimo que devemos fazer; e veja, já é um grandiosíssimo passo. Portanto, não deixemos nossa parte sob responsabilidade de outrem; muito menos que outros o faça por nós. Que estejamos em definitivo cientes disso e que não roubemos o direito das gerações futuras ao Montanhismo.
Poucas mídias especializadas ou atores do ramo abordaram o assunto, mesmo que de forma ligeira.
Os poucos que abordaram, em especial nas redes sociais, resumiu-se a imagens bonitas, impactantes; daquelas claramente para obter curtidas, compartilhamentos e nada mais... Isto é muito sério e preocupante...
Como estamos lidando com o meio natural que tanto usufruímos? Estamos apenas na base do desfrute e nada fazendo para retribuí-lo? Será que não somos daqueles que estabelecem inflamados discursos em favor da preservação nas redes sociais, mas discretamente abandonamos lixo pelas trilhas; destruímos nascentes; não estamos 'nem aí 'para as erosões, depositamos fezes em qualquer lugar? Ou ainda, bancamos uma postura simplista que restringe acessos, como se isto fosse a salvação do meio? Pois bem, os questionamentos são muitos e variados; e não raras vezes despertam paixões e iras...
A prática do Montanhismo, seja através do Trekking; e por vezes a Escalada; está intrinsecamente ligado ao Meio Ambiente Natural. Fora deste não há que se referir ao Montanhismo.
Embora a macro expressão Meio Ambiente cause espanto aos linguistas e apresente um conceito bastante abrangente e diverso, importa saber que o Montanhismo (e suas modalidades) veta qualquer tipo de ação deliberada que resulte em prejuízos ao meio natural.
Por isso o mínimo que se espera é que o praticante tenha ciência da sua atividade e dos eventuais impactos ambientais que isto possa provocar; sob pena de colocar um fim ao próprio meio-fonte da sua prática...
O Ministério do Meio Ambiente brasileiro define o Meio Ambiente Natural (ou Físico) como sendo “o meio constituído pelo solo, o ar, a água, a flora; enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações desta com o ambiente físico que ocupam”.
Isto pressupõe que a prática do Montanhismo e suas modalidades devam ser pautadas por condutas que possibilitem manter este Meio Físico o mais próximo possível da sua condição natural.
Estabelecer condutas para a prática de atividades no meio natural não significa ser um “eco-radical”; ou um “eco-chato”. Até porque se alguém assim proceder, não somente a prática do Montanhismo estaria inviabilizada; mas também até parte da ciência, pois não há nenhuma atividade praticada na natureza, inclusive a pesquisa científica, que não cause algum impacto, por menor que este possa ser.
A simples presença humana em uma mata, por exemplo, é capaz de estressar animais ou destruir microrganismos e plantas delicados. Não, eco-chatos não são necessários; necessário são pessoas conscientes e responsáveis!
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Elaboraram uma série de 8 princípios que visam o mínimo impacto nas práticas de atividades no meio natural.
Foram denominados Princípios de Mínimo Impacto, cuja prática é altamente recomendável. E apesar de estar aí a uma década, muitos 'trekkers' e (pasmem!) montanhistas nunca ouviram falar...
Para nós leigos, os princípios apresentados são simples, diretos e de grande valia. Mas não custa lembrar que, impacto ambiental não deveria ser visto simplesmente pela ótica do bioma, como ocorre em sua maioria; mas sim levando em consideração a correlação da vegetação com o solo, o relevo, a geologia e o clima de dada região.
Isto permite diferenciar impacto ambiental conforme regiões, favorecendo tomadas de decisões. Inclusive, do ponto de vista mais comum, esta visão mais aprofundada de impacto ambiental poderia inclusive nos livrar de situações embaraçosas; que costumeiramente servem de pretexto para proibições ou até acusações as mais diversas. Mas lembre-se, é importante que mesmo de modo íntimo procuremos antes definir o que seja impacto ambiental...
Por outro lado, não sejamos ingênuos. Sabemos que quando estamos em meio à natureza, algumas situações extremas podem nos obrigar a lançar mão de algum recurso disponível; como a caça, a pesca, o corte de vegetação, a defesa da vida humana mediante ameaças, dentre outras.
Mas isto somente deve acontecer em casos de riscos explícitos à sobrevivência e jamais por puro e simples prazer; ou satisfação do ego! E mesmo nesses casos necessários, há técnicas que podem ser apreendidas e aplicadas que resultam em um menor impacto possível.
Portanto, mesmo que não sejamos gestores, especialistas ou estudiosos ambientais; até porque o saber acadêmico não é pré-condição para um trabalho ambiental frutuoso; não custa cuidar para que nossas práticas não deixem rastros; ou pelo menos, deixem pegadas discretas!
Isto é o mínimo que devemos fazer; e veja, já é um grandiosíssimo passo. Portanto, não deixemos nossa parte sob responsabilidade de outrem; muito menos que outros o faça por nós. Que estejamos em definitivo cientes disso e que não roubemos o direito das gerações futuras ao Montanhismo.
Seja Protagonista, Seja Leve!
Bons ventos!
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