Cenário grandioso visto desde o cume do Capim Amarelo |
A região montanhosa da Serra da Mantiqueira nas divisas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, região sudeste do Brasil, povoa o imaginário do montanhismo brasileiro desde o início do século passado. Inicialmente o montanhismo nasceu e floresceu na região conhecida como Maciço do Itatiaia, situado mais à leste da região.
Mais tarde, na década de 50, ocorreu a conquista da Pedra da Mina, outro importante referencial dos arredores, situado à sudoeste do Itatiaia. Já nos anos 80, foi feita a interligação de cristas de serras nos arredores da Pedra da Mina, dando origem à Travessia da Serra Fina, que rapidamente tornou-se destaque do montanhismo no Brasil. De nível pesado, esta travessia é considerada uma das mais exigentes, belas e impressionantes do País.
Mais tarde, na década de 50, ocorreu a conquista da Pedra da Mina, outro importante referencial dos arredores, situado à sudoeste do Itatiaia. Já nos anos 80, foi feita a interligação de cristas de serras nos arredores da Pedra da Mina, dando origem à Travessia da Serra Fina, que rapidamente tornou-se destaque do montanhismo no Brasil. De nível pesado, esta travessia é considerada uma das mais exigentes, belas e impressionantes do País.
Rota realizada e disponibilizada no Wikiloc
Além de possibilitar estudar e visualizar a região, você poderá baixar este tracklog (necessário se cadastrar no Wikiloc); e utilizá-lo no seu GPS ou smartphone (necessário instalar aplicativo). Recomendamos que utilize esta rota como fonte complementar dos seus estudos. Procure sempre levar consigo croquis, mapas, bússola e outras anotações que possibilitem uma aventura mais segura. Melhor planejamento: Melhor aproveitamento.
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► Leia Dicas para realização da Serra Fina - Perguntas e Respostas
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ATENÇÃO:
Importante esclarecer que esse relato se refere a uma visita em data anterior a julho de 2020; data em que ocorreu um grande incêndio na região da Pedra da Mina. Embora já estivesse com acesso restrito devido a pandemia, esse incêndio provocou o fechamento do acesso à Serra Fina por tempo indeterminado. Após essa ocorrência, foi criada uma associação de proprietários locais visando a proteção do maciço. A reabertura da Serra Fina a visitantes somente ocorreu em julho de 2022, quase dois anos após o incêndio. A partir de então, a visitação que antes era livre e gratuita passou a ser controlada e paga. É coordenada pela Ruah Ecoturismo, operadora ligada à Associação dos Proprietários da região por onde se desenvolvem as trilhas pela Serra Fina. Informações sobre o acesso à Serra Fina podem ser obtidas no site da Operadora
1 Foi para essa região que nos deslocamos via ônibus na fria noite do dia 31 de julho de 2014, com destino à localidade porta de entrada para a Travessia da Serra Fina, a cidade de Passa Quatro, Sul de Minas Gerais. Éramos Myung Lee e Eduardo Pontes, de São Paulo; Anderson Wolenski e Francisco Cardoso (eu) de Belo Horizonte. Nosso objetivo era realizar a Travessia da Serra Fina nos moldes tradicionais em 4 dias e 3 noites; conforme combinado em junho desse ano quando realizávamos a Travessia Marins a Itaguaré, outra via na região, espécie de irmã da Serra Fina.
Assim, às 3h20 da madrugada do dia 1 de agosto eu e o Anderson desembarcamos do ônibus às margens da rodovia MG 158, altura do Posto Pilão em Passa Quatro. Imediatamente escutamos o roncar do motor do nosso resgate que nos levaria ao ponto inicial da Travessia. Sem delongas, reembarcamos e nos dirigimos para a rodoviária da cidade; onde encontraríamos nossos amigos, que desembarcaram por volta de 3h40 da madrugada.
Assim, às 3h20 da madrugada do dia 1 de agosto eu e o Anderson desembarcamos do ônibus às margens da rodovia MG 158, altura do Posto Pilão em Passa Quatro. Imediatamente escutamos o roncar do motor do nosso resgate que nos levaria ao ponto inicial da Travessia. Sem delongas, reembarcamos e nos dirigimos para a rodoviária da cidade; onde encontraríamos nossos amigos, que desembarcaram por volta de 3h40 da madrugada.
Registros iniciais da Travessia |
Apresentações e alegria em nos encontrar, imediatamente ajeitamos as cargueiras em nosso resgate, cruzamos curto trecho da cidade, deixamos a rodovia Passa Quatro-Cruzeiro altura do bairro Pinheirinhos e entramos à esquerda pela estrada de terra sempre em aclive sentido Toca do Lobo, zona rural da cidade.
Marcava 4h40 da madrugada quando desembarcamos no ponto máximo aonde se chega de carro, em frente a um sítio, logo após o Refúgio Serra Fina. Incrivelmente o tempo estava limpo: céu estrelado, sem neblina e não fazia o esperado frio, que é comum nessa época do ano naquela região. Ainda na escuridão e com a ajuda das lanternas, fizemos um café para desejum, com tempo para sabermos das novidades alheias...
Marcava 4h40 da madrugada quando desembarcamos no ponto máximo aonde se chega de carro, em frente a um sítio, logo após o Refúgio Serra Fina. Incrivelmente o tempo estava limpo: céu estrelado, sem neblina e não fazia o esperado frio, que é comum nessa época do ano naquela região. Ainda na escuridão e com a ajuda das lanternas, fizemos um café para desejum, com tempo para sabermos das novidades alheias...
Por volta de 5h30 da manhã e ainda sem completa luz do dia iniciamos nossa caminhada pela estradinha que leva até à Toca do Lobo, cujo trecho está intransitável para veículos. Em meia hora chegamos à Toca do Lobo, onde fizemos uma pausa para registros e coleta de um pouco de água. Cruzamos o córrego que corre ao lado através das pedras e adentramos na trilha em meio à uma fina capoeira rumo ao Pico do Capim Amarelo, nosso objetivo daquele dia. Com sua natural fortaleza, Lee foi puxando a dianteira...
Poucos metros acima emergimos em campos de altitude, de onde era possível ver o Pico do Capim Amarelo enganosamente próximo... Bem à oeste o topo do Pico do Itaguaré também já era possível ser visto; além do Vale do Paraíba paulista na região da cidade de Cruzeiro. O sol já vinha forte, marcando os topos dos picos e proporcionando um espetáculo maravilhoso!
Poucos metros acima emergimos em campos de altitude, de onde era possível ver o Pico do Capim Amarelo enganosamente próximo... Bem à oeste o topo do Pico do Itaguaré também já era possível ser visto; além do Vale do Paraíba paulista na região da cidade de Cruzeiro. O sol já vinha forte, marcando os topos dos picos e proporcionando um espetáculo maravilhoso!
A famosa e tradicional Crista |
A beleza do lugar compensava o grande desnível de aproximadamente 900m que teríamos naquele dia. Pela trilha bem marcada fomos ganhando altura e rapidamente chegamos ao chamado Morro Cruzeiro. Alternando rápidas paradas para tomadas de fôlego, por volta de 7h30 chegamos ao ponto de água, o único daquele dia, que garantiria nosso abastecimento até o final do dia seguinte.
Eu e o Anderson descemos ao ponto de água à direita na trilha, enchemos os vasilhames e retornamos à trilha. Na continuidade passamos pelo Quartzito e vencemos a primeira parte da grande subida. Caminhávamos agora pela clássica crista da serra, uma imagem marcante dessa Travessia.
Eu e o Anderson descemos ao ponto de água à direita na trilha, enchemos os vasilhames e retornamos à trilha. Na continuidade passamos pelo Quartzito e vencemos a primeira parte da grande subida. Caminhávamos agora pela clássica crista da serra, uma imagem marcante dessa Travessia.
Quartzito visto do Capim Amarelo |
Vencido o único trecho em declive naquele dia, rapidamente começamos a subir e adentramos no território dos capins, vegetação típica de altitude que cobre as encostas locais. A trilha pelo meio das moitas estava batida, facilitando a subida. Passamos pelo principal ombro do Capim Amarelo, onde fizemos uma pausa para descanso.
Nesse ponto observamos um outro grupo que também trilhava a Serra Fina e naquele momento estava no Quartzito. Retomada a caminhada e com o Lee na dianteira alcançamos o trecho final e íngreme do Pico. A trilha apresentava alguns degraus mais altos, necessitando agarrar nos bambus e arbustos para facilitar a subida, uma vez que estávamos com as cargueiras bem pesadas. Em alguns pontos havia cordas (finas e comuns) que ajudavam na subida. Felizmente com o tempo seco estava tudo mais fácil...
Nesse ponto observamos um outro grupo que também trilhava a Serra Fina e naquele momento estava no Quartzito. Retomada a caminhada e com o Lee na dianteira alcançamos o trecho final e íngreme do Pico. A trilha apresentava alguns degraus mais altos, necessitando agarrar nos bambus e arbustos para facilitar a subida, uma vez que estávamos com as cargueiras bem pesadas. Em alguns pontos havia cordas (finas e comuns) que ajudavam na subida. Felizmente com o tempo seco estava tudo mais fácil...
Crista do Melano e Pedra da Mina ao fundo. Tartarugão à direita |
Era por volta de 12h30 quando finalmente vencemos os últimos degraus em rocha do grande desnível do dia e colocamos os pés no topo do Pico do Capim Amarelo. Primeiro o Lee; depois Eduardo e eu e por fim o Anderson, que havia ficado para trás fotografando a paisagem! Era bastante cedo e poderíamos seguir adiante, mas decidimos manter os planos e passar o restante do dia e noite por ali.
O cume do Capim Amarelo é relativamente plano, com clareiras em meio às moitas de capim propícias para acampamento. Montamos nossas barracas bem próximas, comemos alguma coisa e ficamos de bobeira pelo topo. Por volta de 14h00 o grupo que havíamos visto subindo lá no Quartzito chegou ao Capim Amarelo. Eram de São Paulo, fizeram uma longa pausa quando trocamos figurinhas e após seguiram para a Pedra da Mina.
O cume do Capim Amarelo é relativamente plano, com clareiras em meio às moitas de capim propícias para acampamento. Montamos nossas barracas bem próximas, comemos alguma coisa e ficamos de bobeira pelo topo. Por volta de 14h00 o grupo que havíamos visto subindo lá no Quartzito chegou ao Capim Amarelo. Eram de São Paulo, fizeram uma longa pausa quando trocamos figurinhas e após seguiram para a Pedra da Mina.
Vista norte, a 40 km em linha reta |
Novamente sós no topo do Capim Amarelo, tivemos uma tarde revigorante, em que pudemos descansar da viagem ocorrida na noite/madrugada anterior; alguns até tiraram um bom cochilo. Pudemos também acompanhar o progresso do grupo que seguia para a Pedra da Mina e claro, curtir a paisagem. E que paisagem: à oeste o complexo Marins-Itaguaré; à leste o caminho a percorrer no dia seguinte, com destaque para a Pedra da Mina ao fundo.
Vista Norte e Nordeste |
Ao sul, terras do Vale do Paraíba Paulista e ao norte o mundão de morros do Sul de Minas Gerais, sendo possível identificar até as serras nas cidades de Alagoa e Aiuruoca (Mitra do Bispo e Garrafão bem próximo, Ouro Fala, Campina, Papagaio etc). Também presenciamos um belo por do sol e a seguinte queda de temperatura, mas sem exageros. Janta feita, um a um fomos para as barracas, não sem antes conferir ao longe que o grupo que nos passara no Capim Amarelo caminhava noite adentro se aproximando da Pedra da Mina. Foi uma noite tranquila...
Amanhecer sob a Pedra da Mina |
2 A manhã seguinte chegou maravilhosa. Saí da barraca às 6h00 a tempo de ver o nascer do sol pelas bandas da Pedra da Mina. Um espetáculo! Não demorou e os outros amigos também levantaram animados! Após café da manhã, por volta de 8h30 deixamos o Capim Amarelo. Tomamos a trilha em forte declive sentido norte, à esquerda das áreas de acampamento. Bem marcada, é rodeada por capins e bambus, com curtos trechos sombreados e alguns trechos em que se precisa agarrar nos bambus para descer em segurança.
Capim Amarelo desde após Avançado |
Em menos de 1h00 de tranquila caminhada já estávamos no fundo do vale, com o Anderson na dianteira. Este ponto é conhecido como Avançado e possui algumas pequenas áreas para acampamento em meio aos tufos de capim. Algumas clareiras récem abertas também são observadas desde os últimos lances de descida. Subimos um morrote e desse ponto, observando o Pico do Capim Amarelo que ficara para trás, constata-se que foi uma descida considerável...
Maracanã |
Seguimos entre capins e cortamos em diagonal o morrote seguinte, que antigamente levava muitos a erros. A trilha agora marcada e até sinalizada com fitas em capins e arbustos nos levou até o trecho de mata rala que separa a base do Capim Amarelo da crista em direção ao Melano.
Seguimos sem problemas e adiante passamos por uma pequena área de acampamento, para logo a seguir, às 10h00 chegarmos ao Maracanã, uma grande área que cabem muitas barracas. Breve parada, retomamos a caminhada, passamos adiante por outra área para acampamento (Dourado) e sob a mata começamos a subir em direção ao lajeado que nos levaria à crista da serra.
Seguimos sem problemas e adiante passamos por uma pequena área de acampamento, para logo a seguir, às 10h00 chegarmos ao Maracanã, uma grande área que cabem muitas barracas. Breve parada, retomamos a caminhada, passamos adiante por outra área para acampamento (Dourado) e sob a mata começamos a subir em direção ao lajeado que nos levaria à crista da serra.
Capim Amarelo visto desde início da crista do Melano |
Esse trecho em subida dá-se sobre um lajeado inclinado e aderente, cuja trilha é bem marcada pelo pisoteio e por totens. O visual de encher os olhos do vale abaixo e do caminho percorrido até então se abriram por completo. Vencido o lajeado, paramos para algumas fotos (em torno de 11h15) e dali em diante entramos de vez na fina crista que nos levaria em direção ao Pico do Melano.
É um trecho cuja trilha é rodeada por bambus medianos, com vários trepa pedras, degraus e pequenos aclives e declives. Há um degrau maior para se atingir o ponto mais elevado da crista, porém não há grandes problemas, existindo no lugar uma corda velha, raízes, arbustos e rochas, que juntos auxiliam na transposição.
Atingimos a parte mais alta da crista por volta de 12h15 e então o visual sentido norte e leste se abriu: Pela primeira vez observamos trechos da parte alta do Itatiaia, com destaque para a Asa de Hermes e o Agulhas Negras; e novamente as serras nos municípios de Itamonte, Alagoa e Aiuruoca.
Atingimos a parte mais alta da crista por volta de 12h15 e então o visual sentido norte e leste se abriu: Pela primeira vez observamos trechos da parte alta do Itatiaia, com destaque para a Asa de Hermes e o Agulhas Negras; e novamente as serras nos municípios de Itamonte, Alagoa e Aiuruoca.
Rota Paiolinho. Ao fundo Asa de Hermes e Agulhas Negras |
Nova parada para descanso e dessa vez um rápido lanche nas pedras beira-trilha, com um visual estonteante ao redor. Retomada a caminhada, continuamos pela trilha marcada que segue pela crista, pulando e trepando rochas. Ao aproximarmos do pico que antecede o Melano, o cortamos em diagonal por entre capins. Fizemos o contorno do pico, descemos um lance e chegamos a um charco aos pés/esquerda do Melano, que cruzamos em diagonal através de trilha um pouco lamacenta.
Cachoeira Vermelha |
Pouco adiante, despontamos de frente a um pequeno platô, com pequenas áreas para acampamento. Nesse ponto ouvi vozes que vinham do pico do outro lado do vale, na rota Paiolinho - Pedra da Mina. Após, descemos um lance maior por entre capins e nos dirigimos ao fundo do vale, aonde há outras pequenas áreas para acampamento. Nessa descida, o Anderson sentiu um pouco o joelho. Prosseguimos mais lentamente e após percorrer outro aclive, chegamos no ponto da trilha que, caminhando alguns metros à direita observamos a Cachoeira Vermelha. Era por volta de 14h00.
Subidão da Pedra da Mina |
Dali em diante o visual se abriu no quadrante formado pela Pedra da Mina e Morro do Tartarugão. Prosseguimos em pequeno aclive sentido norte já nos aproximando do Rio Claro. Observamos então várias pessoas que se dirigiam à Pedra da Mina via rota do Paiolinho. Após outro pequeno aclive, declive e passagem por algumas áreas para acampamento finalmente chegamos ao Rio Claro, às 14h45.
Rapidamente nos abastecemos de água somente para aquela tarde e noite. Receosos de que não encontraríamos locais para acampamento no topo da Pedra da Mina, por sugestão do Lee e do Edu, eu e o Anderson apressamos os passos e começamos a subir o imponente ombro da Pedra 'non stop'. A subida íngreme e o peso da cargueira judiaram, mas às 15h20 botamos os pés no topo da Mina, com tempo para demarcarmos território naquele lugar significativo...
Rapidamente nos abastecemos de água somente para aquela tarde e noite. Receosos de que não encontraríamos locais para acampamento no topo da Pedra da Mina, por sugestão do Lee e do Edu, eu e o Anderson apressamos os passos e começamos a subir o imponente ombro da Pedra 'non stop'. A subida íngreme e o peso da cargueira judiaram, mas às 15h20 botamos os pés no topo da Mina, com tempo para demarcarmos território naquele lugar significativo...
Morro do Tartarugão visto da Pedra da Mina |
Vista Norte - Nordeste: Serra do Careta (Baependi), Garrafão (Alagoa) e Papagaio (Aiuruoca) |
O topo da Pedra da Mina é totalmente irregular e desabrigado. Além disso, as áreas para armar barracas são escassas. Existem duas ou três áreas melhores, sendo duas delas abrigadas por arcaicos muros de pedras de uns 80 cm mais ou menos construídos pelos aventureiros, que ajudam a atenuar a ação do vento constante do lugar.
Infelizmente elas já estavam ocupadas; porém localizamos mais à leste dois bons locais. O maior deixamos para o Lee e Edu; e tratamos de ajeitar o nosso, primeiramente em um local mais inclinado; que por sugestão do Anderson, foi trocado por outro poucos metros acima, após um trabalho de terraplanagem a base de chutes (do Anderson hahahaha). Forramos com capim e ficou show!!! Montávamos nossa barraca quando o Lee e Edu chegaram ao topo, pouco antes de 16h00.
Infelizmente elas já estavam ocupadas; porém localizamos mais à leste dois bons locais. O maior deixamos para o Lee e Edu; e tratamos de ajeitar o nosso, primeiramente em um local mais inclinado; que por sugestão do Anderson, foi trocado por outro poucos metros acima, após um trabalho de terraplanagem a base de chutes (do Anderson hahahaha). Forramos com capim e ficou show!!! Montávamos nossa barraca quando o Lee e Edu chegaram ao topo, pouco antes de 16h00.
Vista Nordeste Leste: Toca Grande e Mitra do Bispo. À leste o Maciço de Itatiaia. Em primeiro plano o Vale do Ruá, seguido pelo Três Estados (E); Cupim do Boi (C) e Cabeça de Touro (D) |
Estar a 2.798 m de altitude, o quarto ponto mais elevado do Brasil não é algo para todo dia. Então, apesar do frio e vento cortante daquela tarde, tratamos de aproveitar a estadia de luxo. Graças ao visual de 360 graus, para qualquer lado que se vê é ao longe e em algumas direções perde-se de vista.
Inúmeras serras, cidades e vilas podem ser observadas desde o topo; bem como o caminho percorrido no primeiro dia (parcial), segundo dia e o a percorrer no terceiro dia da Travessia. Uma beleza sem igual... Após essa varredura, o por do sol um pouco envolto em nuvens fechou a tarde, transmitindo uma incrível sensação de paz...
Inúmeras serras, cidades e vilas podem ser observadas desde o topo; bem como o caminho percorrido no primeiro dia (parcial), segundo dia e o a percorrer no terceiro dia da Travessia. Uma beleza sem igual... Após essa varredura, o por do sol um pouco envolto em nuvens fechou a tarde, transmitindo uma incrível sensação de paz...
Por do Sol |
Ao contrário do que imaginamos, grande parte das pessoas que estavam na Pedra da Mina naquela tarde voltaram para o acampamento avançado da trilha do Paiolinho, restando apenas 4 outras barracas no topo, além das nossas. Aproveitamos para interagir com alguns, como os fluminenses de Barra Mansa, que eram nossos vizinhos de barraca; além de um paulista de Jundiaí que estava em preparação para subir o Monte Elbrus na Rússia. Pois bem, com a ventania o frio apertou e preparar a janta não foi fácil... Então, sem demoras por volta das 20h30 já estávamos todos acomodados em nossas barracas...
Amanhecer do terceiro dia |
3 Acordei às 6h00 da manhã seguinte para apreciar o nascer do sol daquele domingo, dia 03 de agosto. Fazia frio, mas nada exagerado. Todos também despertaram mais cedo na ocasião, pois o sol é garantia de espetáculo no topo da Pedra da Mina. E foi maravilhoso! Se pudesse ficaria ali mais uns dias... Mas como teríamos um longo dia pela frente, tratamos de ajeitar as tralhas e partir.
Antes ainda fui bisbilhotar o Livro Cume; conversei com outros paulistas que também pernoitaram no cume (que depois descobri que já havíamos trocado ideias sobre travessias) e filar uma panqueca do Edu no café da manhã eheheh... Demoramos bastante para deixar o lugar e somente às 10h00 começamos a descer a Pedra da Mina, quando encontramos com dois corredores de montanha de Itanhandu, que se preparavam para participar do Half Mision Brasil 2014. A trilha da íngreme descida da Pedra da Mina é marcada pelo pisoteio e totens; e leva diretamente ao Vale do Rhuá.
Antes ainda fui bisbilhotar o Livro Cume; conversei com outros paulistas que também pernoitaram no cume (que depois descobri que já havíamos trocado ideias sobre travessias) e filar uma panqueca do Edu no café da manhã eheheh... Demoramos bastante para deixar o lugar e somente às 10h00 começamos a descer a Pedra da Mina, quando encontramos com dois corredores de montanha de Itanhandu, que se preparavam para participar do Half Mision Brasil 2014. A trilha da íngreme descida da Pedra da Mina é marcada pelo pisoteio e totens; e leva diretamente ao Vale do Rhuá.
O tão falado Vale do Rhuá |
O Vale do Rhuá é um terreno em leve declive com algumas áreas de charco e completamente tomado pelo capim de anta, que passa dos 2 metros de altura em alguns pontos. Abriga as nascentes do Rio Verde e possui uma grande área para acampamento abrigada pelas moitas de capim, bem aos pés da Pedra da Mina. A principal referência da trilha/direção à seguir da Travessia é manter-se à margem direita do Rio Verde, contornando as moitas de capim, podendo variar um pouco a cada temporada.
Pedra da Mina ao fundo, Vale do Rhuá e Rio Verde |
Assim, às 10h45 da manhã começamos a saga pelo vale, seguindo o pisoteio e os sinais por entre os capins. A tática é sempre a mesma: aonde não se consegue ver nada, é só adentrar pelo capim: se ele se fechar impedindo o progresso é erro: volte e tente outra opção... Inicialmente cruzamos o rego d'água e pela direita fomos margeando o Rio Verde.
Logo adiante coletamos água para o restante do dia e até meados do dia seguinte, pois eu pretendia desviar um pouco mais acima da trilha lamacenta que normalmente beira o riacho. Mas isto não foi possível, pois apesar de algumas tentativas e observações não encontrei saída alguma através do capim, prova de que nessa temporada (a exemplo do ano passado) todos que por ali estiveram passaram beirando o ribeirão. Assim, poderíamos ter colhido água um pouco mais abaixo... Fato a lamentar é que devido ao adiantado da hora não paramos para curtir os pocinhos do Rio Verde...
Logo adiante coletamos água para o restante do dia e até meados do dia seguinte, pois eu pretendia desviar um pouco mais acima da trilha lamacenta que normalmente beira o riacho. Mas isto não foi possível, pois apesar de algumas tentativas e observações não encontrei saída alguma através do capim, prova de que nessa temporada (a exemplo do ano passado) todos que por ali estiveram passaram beirando o ribeirão. Assim, poderíamos ter colhido água um pouco mais abaixo... Fato a lamentar é que devido ao adiantado da hora não paramos para curtir os pocinhos do Rio Verde...
Após cruzar o Rhuá |
Foi uma labuta passar pelas margens do ribeirão, pois quase sempre isto resulta em escorregões, pisadas em falso ou em poças d'água escondidas em meio ao capim alto... Passava de 12h15 quando vencemos o Vale do Rhuá, que eu considero o trecho mais pesado de toda a Travessia da Serra Fina.
Fizemos uma parada nas pedras acima do vale, pois merecíamos um descanso. O saldo foi minha bota molhada; um tombo em meio ao enrosco do capim (acho que ninguém viu hahaha); vários arranhões nas mãos e braços e uma pancada no joelho do Edu... Realmente não dá pra sair imune do Vale do Rhuá...
Fizemos uma parada nas pedras acima do vale, pois merecíamos um descanso. O saldo foi minha bota molhada; um tombo em meio ao enrosco do capim (acho que ninguém viu hahaha); vários arranhões nas mãos e braços e uma pancada no joelho do Edu... Realmente não dá pra sair imune do Vale do Rhuá...
Gigantescas rochas acima do Vale das Cruzes |
Após descanso e lanche retomamos a caminhada pela trilha que agora alternaria capins e bambus. Passamos por uma pequena área para acampamento e pelo cume do primeiro morrote. Como sempre na Serra Fina, começou um frenético sobe e desce, cuja vegetação ao redor da trilha chega a ser irritante, nos arranhado o tempo todo. Passamos por nova área de acampamento, nova descida, nova subida e novo cume, conhecido por Brecha.
Cabeça de Touro |
Após, um longo e forte declive, para imediatamente uma nova subida, cume e chegada por volta de 14h30 ao mirante em que se tem belíssimo visual do Vale das Cruzes. As gigantescas rochas à nossa direita impressionam pela sua beleza, tendo mais à nordeste o enorme Pico Cabeça de Touro. Separando os dois gigantes o Vale das Cruzes... É um visual espetacular, dos mais bonitos da Travessia que nos obrigou a uma parada para registros, contemplação e descanso...
Subindo o Cupim do Boi; trecho percorrido no terceiro dia. Pedra da Mina ao fundo. À esquerda, o Avião |
Prosseguimos agora em direção ao Pico Cupim de Boi. Para chegar até esse Pico, que se localiza entre o Cabeça de Touro e o Três Estados, a trilha é em aclive, com alguns degraus e sempre bem marcada, inclusive por alguns totens. A vegetação rebelde beira-trilha encontrou o Anderson, que na dianteira ia quebrando os galhos mais atrevidos... Em ritmo tranquilo e caminhando às margens da pirambeira para o Vale do Cabeça de Touro chegamos ao Cupim de Boi por volta de 15h00.
Pico Três Estados e seus ombros enganadores |
Fizemos um boa parada para descanso no Cupim do Boi, aproveitando o visual e a proximidade para observar os picos da parte alta do Itatiaia, além dos cumes mais ao norte na região de Alagoa, Aiuruoca e Baependi. A vista do trecho percorrido até então era extraordinária, destacando a imponência da Pedra da Mina ao fundo. Bem à nossa frente estava nosso próximo objetivo, o Pico dos Três Estados; local do nosso terceiro pernoite.
Subindo o Três Estados. Cabeça de Touro (E) e Cupim (D) |
Depois de uns 20 minutos de descanso, descemos o Cupim de Boi em direção ao bambuzal, que fica aos pés do Três Estados e possui boas áreas para acampamento. Nessa altura troquei de mochila com o Anderson, que reclamava de dores nos ombros. Doravante mesmo estando mais pesado, o Anderson continuou na dianteira, cruzou o Bambuzal e emergiu na área de capins, subindo os dois cocorutos do ambro do Três Estados.
Nós outros seguimos em ritmo mais tranquilo. Realmente estávamos todos bem cansados, resultado do acúmulo dos dias seguidos de caminhada e peso. Mantendo a calma e percorrendo a trilha íngreme fomos ganhando altura e por volta de 16h30 chegamos ao Pico dos Três Estados.
Nós outros seguimos em ritmo mais tranquilo. Realmente estávamos todos bem cansados, resultado do acúmulo dos dias seguidos de caminhada e peso. Mantendo a calma e percorrendo a trilha íngreme fomos ganhando altura e por volta de 16h30 chegamos ao Pico dos Três Estados.
Cume do Três Estados |
O cume do Pico dos Três Estados é similar ao Pico do Capim Amarelo, com muitas áreas para acampamento protegidas pelas grandes moitas de capim. Desde o cume se tem vista privilegiada do Maciço do Itatiaia. A sensação é de que daria pra se alcançar com a mão todos aqueles picos. Realmente é uma imagem de encher os olhos e que faz justificar realizar essa Travessia sem pressa...
Serras do Papagaio e Ouro Fala a norte/nordeste. Nos contrafortes do Itatiaia, sobressai o Picu, em Itamonte |
A vista para o lado norte é igualmente muito bonita, destacando as Serras do Parque Estadual da Serra do Papagaio. Particularmente gosto muito de ficar horas observando estas serras. É muito familiar pois nasci e cresci por ali. Vê-las por outro ângulo é sempre uma oportunidade de revigorar a memória...
Vista Norte, com Garrafão e Papagaio. Em primeiro plano o Alto dos Ivos |
Armamos nossas barracas um pouco mais distantes uma da outra, escolhendo os melhores locais. Curiosamente ficamos nós pro lado mineiro; e o Lee e o Edu na direção de São Paulo... Após a montagem das barracas presenciamos o mais lindo por do sol de toda a Travessia. Mesmo sob vento e frio aguentamos até a última luz do sol se por, o que demorou bastante. Mesmo com o cair da noite, ainda era possível observar os rastros do grande astro... Após, janta e cama...
Amanhecer no Três Estados |
4 O dia seguinte amanheceu como antes: lindo e limpo! Caí fora da barraca à 6h00 e fui ver o bom dia do sol: estava lindo! Logo os outros amigos também despertaram! Voltei para desmontar a barraca e juntar as tralhas pelo último dia na Serra Fina. Não sei se isso acontece com outras pessoas, mas o último dia de uma Travessia ocorre comigo um sentimento contraditório: ao mesmo tempo que fico feliz pelo sucesso da empreitada, sinto um aperto interior por ser o último dia. Assim, ajuntei as tralhas sem pressa e até atrasei o Edu e o Lee...
Às 8h30 deixamos o Pico dos Três Estados. A longa descida íngreme passa pelo seu grande ombro e desemboca na área do acampamento chamado Bandeirante, aonde chegamos às 9h00. Após trecho em capim e bambu aproximamos do cume do Bandeirante, onde escalaminhamos um pequeno trecho rochoso. Adiante novo declive, novo aclive e chegamos na área de mata rala aos pés do Alto dos Ivos.
Alto dos Ivos, última grande subida da Travessia |
Nova parada para descanso e após, passagem por uma área de acampamento e ataque final ao Alto dos Ivos, última grande subida da Travessia. A trilha não tem errro e segue em forte aclive, rodeada por bambus e capins. Chegamos no topo às 10h40 da manhã.
O Alto dos Ivos é completamente aberto, com vista 360 graus; permitindo um visual incrível da parte alta do Itatiaia e das serras do Garrafão, Ouro Fala, Mitra do Bispo dentre outras. O Pico do Picu, referência histórica da região parece estar ao alcance das mãos... O topo é bastante exposto e por isso não recomendável para acampamento.
O Alto dos Ivos é completamente aberto, com vista 360 graus; permitindo um visual incrível da parte alta do Itatiaia e das serras do Garrafão, Ouro Fala, Mitra do Bispo dentre outras. O Pico do Picu, referência histórica da região parece estar ao alcance das mãos... O topo é bastante exposto e por isso não recomendável para acampamento.
Vista Nordeste |
Após pausa apenas para registros, iniciamos a longa descida do Alto dos Ivos. Inicialmente sobre rochas, a descida é cansativa devido ao desnível. A trilha prossegue bem marcada pelo pisoteio e totens e a vegetação continua rebelde e vai nos arranhando, tentando roubar nossos equipamentos. Até que conseguiu levar meu gps, mas o Edu que vinha logo atrás o encontrou...
Itatiaia visto desde o Alto dos Ivos |
Após quase 2 km de descida aproximamos de um pequeno vale que marca a proximidade de uma pequena área de acampamento. Demos uma 'perdida' nas moitas de capim, mas rapidamente localizamos a saída e após rápido aclive com trilha muito suja chegamos ao acampamento às 12h00, aonde pudemos descansar um pouco.
A essa altura o fim da trilha estava próximo e em declive continuamos; ora em meio aos bambus; ora rodeados pela capoeira. Passamos por uma bifurcação (a que desce reto é erro) e adiante a trilha começou a aplainar e adentramos na área de mata atlântica.
Picu na parte final da Travessia, há séculos referenciando caminhos na Mantiqueira |
A trilha se abre por completo e facilita o deslocamento, apesar da teimosia de alguns bambus em cair pela trilha e nos atrapalhar... Mais rápidos, logo alcançamos os sinais da antiga estrada que está sendo tomada pelo mato e chegamos ao ponto de água por volta de 13h50. Nos refrescamos por lá e novamente pé na trilha, passando logo a seguir pela bifurcação que leva à Garganta do Registro. Tomamos à esquerda e agora a trilha vira uma estradinha rústica.
Pouco depois das 14h00 chegamos ao Sítio do Pierre. Algumas pessoas estavam colhendo mel no sítio e nos ofereceram alguns favos. Eu e o Anderson deliciamos com a doçura daquele mel... Despedimos do pessoal e apressamos os passos para alcançar o Lee e o Edu que seguiam na dianteira. Sem erros, às 14h40 avistamos uma casa à direita da estrada e abaixo, antes de uma porteira o nosso resgate! Ufa, era o fim da Travessia antecipada em alguns metros...
"Nóis" |
Comemoramos discretamente e sem demora embarcamos em nosso resgate. Com cara de cansados mas satisfeitos rapidamente percorremos as curvas da BR 354 até Itamonte, aonde eu desembarquei às 15h15 e despedi dos companheiros de trilha; pois ainda iria para Alagoa. Anderson, Lee e Edu seguiram para Passa Quatro finalizando a empreitada!
Esta edição da Travessia da Serra Fina foi uma das melhores dentre as diversas que já realizei por ali. Tempo aberto, clima agradável e sobretudo companheiros sensacionais. Agradeço imensamente aos amigos por terem me suportado nesse inverno de 2014. O desafio foi vencido com louvor e apreciado da melhor forma, sem correrias ou inconvenientes...
Serviço
A Travessia da Serra Fina é uma clássica rota localizada na Serra da Mantiqueira nas divisas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, região sudeste do Brasil. Tem a cidade de Passa Quatro como porta de entrada; e a cidade de Itamonte como final, ambas no Estado de Minas Gerais. Apesar de estar em uma região cercada por inúmeras cidades e importantes rodovias, pode ser considerada uma travessia isolada, pois seus arredores são formados por escarpas e pirambeiras que impedem o acesso direto por quase todo o seu percurso. Possui como única rota de escape consolidada: a rota Paiolinho - Pedra da Mina, em Passa Quatro. Em praticamente todo o trajeto da Travessia caminha-se por altitudes acima de 2000 metros, o que permite visual espetacular de toda a região; como Vale do Paraíba paulista; Sul do Estado do Rio de Janeiro e a infinidade de serras do Sul de Minas Gerais.
Rota no GE |
Há vários formatos para realização dessa Travessia. Para trekkers os formatos indicados são o Tradicional em 4 dias, com pernoites no Capim Amarelo, Pedra da Mina e Três Estados; ou em 3 dias, com pernoite nas proximidades da Pedra da Mina e no Pico Três Estados. Para os formatos em 2 dias, com um único pernoite na Pedra da Mina somente é indicado para trekkers experientes e no sistema lightweight backpaking. Já o modelo em apenas 1 dia somente é indicado para corredores de montanha.
Apesar de ser uma Travessia de curta quilometragem, é uma aventura exigente, pois os desníveis são consideráveis e a vegetação do lugar é aquela típica de altitudes, formada por carafás (tipo de bambu) resistentes e muito capim navalha. Além disso, a presença de água pelo trajeto é escassa, pois se caminha quase sempre por cumes de serras. Há no trajeto apenas 5 pontos de água confiáveis e perenes. Por isso, é um teste de resistência e dedicação dos aventureiros; porém sua beleza e grandiosidade premiam os caminhantes com paisagens inesquecíveis; de modo que vale todo e qualquer esforço para realizá-la!
Distâncias, altitudes e tempo aproximados para realização da Travessia
►► Os tempos calculados levam em consideração uma caminhada tranquila, com tempo para descansar, fotografar, apreciar a paisagem e utiliza o modelo tradicional em 4 dias.
►► Para se chegar ao ponto inicial e oficial da Travessia que é a Toca do Lobo caminha-se por pouco mais de 2 km por uma estradinha vicinal, que liga os arredores do Refúgio Serra Fina à Toca. Este trecho que anos atrás era possível percorrer de automóvel se deteriorou, impossibilitando atualmente o trânsito de veículos.
Toca do Lobo ao Pico do Capim Amarelo: aprox. 5 km
Tempo previsto de caminhada: 6 a 7h
Altitude Toca do Lobo: 1.570m aprox. (não oficial)
Altitude Capim Amarelo: 2.392m aprox.(IBGE)
►► Importante: Esse primeiro trecho caracteriza-se por praticamente aclive por todo o percurso.
Pico do Capim Amarelo ao Pico da Pedra da Mina: aprox. 8 km
Tempo previsto de caminhada: 7 a 8h
Altitude Capim Amarelo: 2.392m (IBGE)
Altitude Pedra da Mina: 2.797m (IBGE)
►► Importante: Esse segundo trecho caracteriza-se por uma sucessão de aclives e declives e caminhada quase sempre em torno de 2.400m de altitude média.
Pico da Pedra da Mina ao Pico Três Estados: aprox. 6,5 km
Tempo previsto de caminhada: 7 a 8h
Altitude Pedra da Mina: 2.797m (IBGE)
Altitude Pico Três Estados: 2.655 (IBGE)
►► Importante: Como no anterior, esse terceiro trecho caracteriza-se por uma sucessão de aclives e declives e caminhada quase sempre em torno de 2.400m de altitude média.
Pico dos Três Estados à BR 354: aprox. 10,5 km
Tempo previsto de caminhada: 6 a 7h
Altitude Pico Três Estados: 2.655m (IBGE)
Altitude BR 354: 1.600m aprox. (não oficial)
►►Importante: Este quarto e último trecho é um misto de aclives e declives e após, uma longa descida. É o mais longo de toda a travessia, porém será o de maior rendimento na caminhada, pois sua parte final é uma trilha por uma velha estradinha e/ou estrada vicinal nos km finais.
Pontos de água confiáveis da Travessia - Modos de coleta para formato em 4 dias
►► A quantidade de água a transportar varia de pessoa a pessoa e é influenciado pela temperatura e alimentação. Estude e conheça o seu consumo médio!
Ponto 1: Córrego da Toca do Lobo. Coletar água apenas para a parte inicial da Travessia.
Ponto 2: Cachoeirinha no Quartzito. Cerca de 1h/1h30 de caminhada acima da Toca do Lobo. Coletar água suficiente para o restante do dia e para até o final do segundo dia.
Ponto 3: Rio Claro. Localizado na base da Pedra da Mina. Coletar água apenas para passar a noite no cume.
Ponto 4: Vale do Rhuá. Logo após a descida da Pedra da Mina. Ao vencer o trecho em capim, coletar água para o restante do terceiro dia e para até a metade do quarto dia.
Ponto 5: Antes do Sítio do Pierre: coletar água somente para garantir o término da Travessia.
Distâncias aproximadas de Passa Quatro das principais capitais
Belo Horizonte a Passa Quatro: 435 km
São Paulo a Passa Quatro: 248 km
Rio de Janeiro a Passa Quatro: 253 km
Como chegar e voltar - De ônibus
Cidade referência: Belo Horizonte
Viação Útil até Passa Quatro
► Adquirir passagem para Cruzeiro-SP e descer no Km 14 da rodovia MG 158, Posto Pilão, em Passa Quatro. No local é um rápido ponto de parada da Empresa, mas avise o motorista. A volta/embarque se dá no mesmo local.
► Para o retorno, comprar a passagem antecipadamente, pois não se vendem passagens nos ônibus.
► Também é possível ir para a região através da empresa Expresso Gardênia até São Lourenço; e depois Viação Cidade do Aço até Passa Quatro.
Cidade referência: São Paulo
Viação Cometa até Passa Quatro
► O ônibus passa na rodoviária de Passa Quatro. Normalmente são ônibus que tem como destino final as cidades mineiras de São Lourenço, Caxambu ou Cruzília.
Cidade referência: Rio de Janeiro
Viação Cidade do Aço até Cruzeiro → Viação Cidade do Aço até Passa Quatro
► Outra opção é fazer o trecho Rio de Janeiro a Itamonte (Viação Útil); e de Itamonte seguir para Passa Quatro (via Cidade do Aço).
► Confira os horários, frequências e tarifas nas empresas de ônibus
Como chegar e voltar - De carro
Cidade referência: Belo Horizonte
Rodovia BR 381 até Campanha → BR 267 até Caxambu → BR 354 até o Distrito de Capivari → MG 158 até Passa Quatro.
Cidade referência: São Paulo
Rodovia Pres. Dutra até Cruzeiro → SP 52 e MG 158 até Passa Quatro.
Cidade referência: Rio de Janeiro
Rodovia Pres. Dutra até Cruzeiro → SP 52 e MG 158 até Passa Quatro.
Considerações Finais
► Em tese, qualquer pessoa que tenha bom condicionamento físico está apto a realizar a Travessia da Serra Fina. Entretanto, requer experiência em transporte de cargueiras e um pouco mais de peso, sobretudo para os casos de realização em formato tradicional.
► Recomendo preferencialmente a realização da travessia em 4 dias, pois o lugar é único! Caso não faça questão de pernoite nos cumes, a realização em 3 dias pode ser considerada; ou mesmo pernoitando na Pedra da Mina e Três Estados. Somente recomendo fazer a travessia em dois dias para casos excepcionais, cujas experiência e resistência do trekker sejam consolidadas. Já para os casos de 1 dia não são para trekkers, e sim corredores de montanha.
► Apesar da vegetação resistente, as trilhas estão bem marcadas por todo o trajeto. Entretanto, é bom conhecer e estudar um pouco de orientação para realizar essa Travessia.
► Há várias áreas para acampamento ao longo da Travessia, porém são pequenas e algumas delas não cabem mais que duas barracas. Os acampamentos maiores estão nos topos; ou no Maracanã e Vale do Rhuá.
► Fique atento à água. É uma Travessia em que não há água com fartura, pois se caminha pelos topos.
► Evite realizar a Travessia solo, a não ser que sejas experiente para tal!
► Atente-se para o fator peso: recomendo minimizá-lo ao máximo!
► Fique de olho às condições climáticas ao programar a travessia: é um lugar em que o tempo firme faz toda a diferença.
► Vista adequadamente evitando pernas e braços desprotegidos. E não se esqueça de vestuário para o frio.
► A Travessia da Serra Fina está no rol daquelas mais exigentes do Brasil. Apesar do conceito fácil-difícil ser pessoal e temporal, fatores como desnível acumulado, vegetação resistente e escassez de água tornam essa travessia uma prova de resistência. Porém, premia o aventureiro com paisagens difíceis de serem esquecidas. É um charme absoluto!
► Leia também nosso relato da Travessia Serra Fina 2013
► Confira algumas Dicas Básicas de Segurança para a prática de Atividades Outdoor
► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto
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Bons ventos!
fala chico..
ResponderExcluiresta foi bem profissional hein.. tenho que treinar muito pra encarar uma dessa hehe. o blog e o nível de detalhe das postagens continuam demais.
abç
Meu amigo Sávio,
ExcluirQue bom vê-lo por aqui!
E veja, você tira de letra essa travessia. Ela é exigente sim, mas com calma e tranquilidade todos que já caminham e estão acostumados com cargueiras a farão com louvor, especialmente em janelas de tempo firme! Nada dessa de Travessia impossível, dificílima e tal...
Na próxima vez que eu voltar lá, seria uma honra tê-lo por perto. Anima??? Não tenho dúvidas de que gostará muito, muito mesmo. É um lugar muito especial!
Obrigado pela visita e comentário, grato demais!
Saudações atleticanas eheh
Abração
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