Conheça o Parque mais visitado de Minas

Prainha do Ibitipoca
Localizado em Lima Duarte, município da Zona da Mata de Minas Gerias, o Parque Estadual do Ibitipoca é de longe o Parque mais visitado de Minas Gerais.

É um lugar democrático, que recebe um público variado. De crianças a montanhistas experientes; de curiosos a pesquisadores, todos mergulham pelo Ibitipoca.

São vários os seus atrativos naturais, que vão de cachoeiras a grutas; de picos a prainhas fluviais!

É justamente essa diversidade de atrativos e visitantes que torna o Ibitipoca um parque suigeneris no Brasil. Foi lá que estivemos no feriado da Padroeira do Brasil, uma espécie de até logo à temporada de montanha que está chegando ao fim...


Rota realizada e disponibilizada no Wikiloc
Além de possibilitar estudar e visualizar a região, você poderá baixar este tracklog (necessário se cadastrar no Wikiloc); e inclusive utilizá-lo no seu GPS ou smartphone (necessário instalar aplicativo). Recomendamos que utilize esta rota como fonte complementar dos seus estudos. Procure sempre levar consigo croquis, mapas, bússola e outras anotações que possibilitem uma aventura mais segura. Melhor planejamento, melhor aproveitamento.
Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto
primeira rota abaixo contempla desde o Parque, passa por Ibitipoca,
vai ao Bar do Firma e segue até a BR 267 em Lima Duarte
segunda rota abaixo contempla os Circuitos das Águas e o Janela do Céu.
E há os pontos marcados no Pico do Pião


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Relato Dia 1: Chegada ao Ibitipoca e Circuitos das Águas e do Pião


Por volta de 1h00 do dia 12 de outubro me juntei aos amigos do Extremos Trekking e deixamos BH rumo ao Parque Estadual do Ibitipoca. Por lá permaneceríamos nos dias 12, 13 e 14 de outubro.

Durante o planejamento decidimos que ficaríamos acampados no camping dentro do Parque. Isto porque o Parque é afastado do Distrito de Conceição do Ibitipoca. Dessa forma teríamos melhor logística e poderíamos aproveitar mais o lugar; permanecendo longe das badalações do Distrito!

Depois de viagem tranquila pela BR 040 sentido Juiz de Fora, e BR 267 sentido Caxambu; por volta de 6h00 da manhã adentramos em Lima Duarte, município onde está localizado o PE do Ibitipoca.

Desembarquei e permaneci em Lima Duarte aguardando a chegada do amigo Renato, que vinha de ônibus de São Paulo via Juiz de Fora para conhecer o Ibitipoca. Então os amigos seguiram em nosso transporte para o Parque, uma vez que não havia espaço suficiente para que o Renato fosse conosco. Aproveitei e despachei com eles a minha cargueira.

A exemplo das pequenas cidades do interior, em Lima Duarte não há Terminal Rodoviário. Há um ponto final em frente a um bar, onde os ônibus oriundos de Juiz de Fora embarcam e desembarcam passageiros. Apesar da simpatia da atendente não havia nem café no local. 

Nesse intervalo de espera, entre conversas com moradores locais muito simpáticos, mantive contato com o Renato. Ele já se encontrava em Juiz de Fora aguardando o ônibus que o levaria para Lima Duarte, com saída prevista para 06h30 da manhã.

Assim ele chegaria à Lima Duarte por volta de 07h30, a tempo para embarcarmos no ônibus que nos levaria ao Ibitipoca. Normalmente em feriados este ônibus espera aquele que vem de Juiz de Fora chegar para depois partir.

Entretanto, devido a normas da empresa que faz a linha Juiz de Fora x Lima Duarte, o Renato não conseguiu embarcar no ônibus no horário previsto. O embarque somente ocorreu no ônibus seguinte e sua chegada à Lima Duarte se deu por volta de 08h40 da manhã.

Chegando em Conceição do Ibitipoca
Desse modo perdemos o primeiro ônibus Lima Duarte x Ibitipoca. O próximo horário seria só na parte da tarde. Saímos em busca de alguém para nos levar para Ibitipoca.

Após algumas tentativas conseguimos alugar um táxi que nos levou diretamente para a portaria do Parque Estadual do Ibitipoca. Bom de papo, fomos conversando com o biólogo-taxista, modos que nem vimos o tempo passar.

Por volta de 9h30 da manhã chegamos ao nosso destino. O tempo estava nublado e carrancudo, um pouco frio e até chuviscava!

Preenchemos as fichas de identificação e pagamos as taxas de permanência. Após deixar minha Identificação Profissional na portaria iniciamos nossa curta caminhada até o Camping Oficial, lá chegando por volta de 10 horas da manhã. Infelizmente, como o tempo estava fechado, a visão era prejudicada e mal se viam as redondezas!

Chegando ao Camping constatei que os amigos que tinham seguido à nossa frente havia montado minha barraca. Estavam apenas aguardando a nossa chegada! Apresentações feitas, imediatamente iniciamos nossa caminhada pelo Parque. O plano era fazer o Circuito do Pião.

Paredão de Santo Antonio
Lago das Miragens
Seguimos em direção ao restaurante interno do Parque e ao invés de seguirmos reto, tomamos o sentido da direita, descendo uma ladeira.

Assim, acabamos indo em direção ao Circuito das Águas. A cada passo, ficávamos encantados com os paredões, vegetação, transparência e coloração da água e claro, com as corredeiras.

Vários são os poços propícios para um mergulho. Mas infelizmente com aquele tempo nublado a água estava gelada, o que desencorajava mesmo aqueles mais animados!

Percorremos os diversos atrativos, destacando o Lago das Miragens e o belíssimo e famosinho Paredão de Santo Antonio. Que lugar agradável...

Pros lados da Cachoeira dos Macacos
Ponte de Pedra
Lago visto do alto do paredão
Continuamos na trilha marcada e sinalizada e fomos para a Ponte de Pedra, outro cartão Postal do Circuito das Águas. Após muitos cliques e um mergulho do Lucas em um dos “panelões” d’água, único corajoso naquele momento, demos a volta e fomos ao Mirante, de onde se via a Cachoeira dos Macacos.

Não fomos até lá, pois pretendíamos voltar no Circuito das Águas no domingo. Seguimos contornando no sentido da esquerda, agora pela parte superior do Circuito, acima do Paredão.

Lá embaixo a água corria pela base do paredão, apresentando uma tonalidade única. Várias paradas, fotos e observações de várias aves, inclusive um urubu bastante curioso!

Seguimos para a parte final do Circuito das Águas, no trecho superior à Prainha. Ali iniciava a a trilha que nos levaria ao Pico do Pião, cerca de 4,5 km acima.

Era por volta de 11h30 da manhã e o tempo até ameaçou se abrir. Duas de nossas amigas que nos acompanhavam preferiram voltar para o camping. Nós seguimos morro acima; pela trilha sinalizada e absolutamente limpa!

Trecho da subida rumo ao Pico do Pião
Um dos raros momentos de abertura na subida ao Pico do Pião
Caminhando de forma tranquila, depois de 45 minutos aproximadamente chegamos à Gruta do Monjolinho. Não fomos à gruta, apenas paramos na ponte do Rio Monjolinho para breve descanso e lanche.

Mais uns 25 minutos de caminhada chegamos a uma bifurcação, onde tomamos a direção da direita sentido Pico do Pião. A subida torna-se um pouco mais íngreme, percorrendo um lajeado de fácil caminhada.

Assim, de modo tranqüilo, por volta de 13h30 chegamos aos pés do Pico do Pião.

Aos pés do Pico do Pião
Ruínas da Capela de Bom Jesus da Serra  no topo do Pico do Pião
Piso intacto
Para atingir o ponto mais alto do Pião há uma série de degraus escorados com madeira. Além de facilitar a subida, evitam o aprofundamento da erosão na trilha.

Chegamos ao cume, aos 1.720m de altitude, onde há as ruínas da antiga Capela de Bom Jesus da Serra. Da Capela restou apenas o piso de lajotas em perfeito estado; além de uma construção do que deveria ser a base do Altar Mor.

O cume do Pião é pequeno. Infelizmente, como o tempo estava nublado não foi possível observar a região pelos arredores. Em minutos começou a esfriar e o vento aumentou.

Mesmo assim fizemos uma parada para descanso e lanche. Depois de uns 30 minutos iniciamos a descida do Pião. 

Escadarias para a Gruta dos Viajantes
Portada da Viajantes
Alguns metros abaixo há uma encruzilhada, onde tomamos o sentido da esquerda, indo para a Gruta dos Viajantes. Após descer aproximadamente 300 degraus muito bem feitos em madeira, chegamos à “porta de entrada” da gruta.

Adentramos e exploramos o seu interior. Dada à formação rochosa da região em quartzitos, a gruta não possui as estalactites ou estalagmites, que logo vem a nossa mente quando nos referimos às grutas. Aliás, nenhuma gruta do Ibitipoca as possui.

A Gruta dos Viajantes possui várias galerias menores, o que nos fez aventurar bastante pelo seu interior. Adentrando pelo vão principal, chega-se a uma janela, de onde se tem acesso à mata dos arredores.

Fiquei impressionado com essa gruta, achei-a a mais bonita de todas as que visitamos!

Após uns 40 minutos explorando o seu interior, deixamos a Gruta dos Viajantes e subimos de volta os 300 degraus de madeira.

Fazia frio e a neblina tomava conta de tudo; ocultando a belíssima vegetação nos arredores. Ao tomar novamente a trilha, sentido da esquerda, caminhamos um curto trecho e fomos conhecer outra gruta: a Gruta do Pião.

Com entrada menor que a dos Viajantes, possui características parecidas, porém seus salões são menores. Permanecemos por pouco tempo no local e logo retomamos a trilha da volta. O objetivo era retornar ao camping.

Seguimos descendo pela mesma trilha da ida. Chegamos à Monjolinho, onde fizemos uma parada. O acesso se dá também por um desvio da trilha principal, onde há também vários degraus de escada de madeira para facilitar o acesso.

Como essa gruta necessita de um mergulho para ser acessada, ficamos apenas alguns minutos observando o belo poço que se forma à sua entrada. Nenhum corajoso se aventurou pelas águas geladas do lugar!

Rapidamente deixamos o local, subimos as escadas de madeira e retomamos a trilha. Pelo mesmo caminho da ida, retornamos ao camping, onde chegamos por volta das 17h00.

Ao chegarmos ao camping iniciamos os preparativos para o jantar e o “social”. Entretanto fomos interrompidos por uma chuva forte. Até pensei que a danada iria logo embora. Ledo engano, ora diminuía, ora aumentava.

Não tivemos opções, o jeito foi mergulhar na barraca e fazer a janta no avanço da barraca. E a chuva não parou, ao contrário, aumentou muito. E veio com ventos. Sofri um pouco, já que não havia fixado adequadamente a barraca, modos que o sobreteto encostou no teto e aí já viu!!!

Além disso, estava num local um pouco inclinado e a enxurrada passava na porta da barraca.

Deu trabalho e em dado momento quando a chuva diminuiu um pouco, tive que sair da toca pra ajeitá-la. Meus amigos James e Lucas também tiveram problemas parecidos.

E fica a dica: pode ser o lugar mais seguro do mundo, mas não devemos subestimar a natureza. É obrigação fixar corretamente a barraca. Resolvido o problema, o jeito foi dormir e esperar amanhecer.

Relato Dia 2: Circuito Janela do Céu


Virando para a Cahoeirinha e Janela do Céu
Como dormimos cedo, às 06h00 da manhã pulei fora da barraca; pois estava acordado desde às 05h00. E todo mundo acordou e se levantou também! Tomamos café e por volta de 7h30 já estávamos prontos para a missão. Escolhemos o trajeto no formato O para visitar à Janela do Céu.

Pico da Lombada vista da trilha próxima à Cachoeirinha
Sairíamos do Camping pela trilha do Circuito do Pião, indo até o seu entroncamento. De lá tomaríamos a esquerda, cruzando o morro e indo para a Cachoeirinha e Janela do Céu. Voltaríamos ao Camping pelo Pico da Lombada, visitando várias grutas no trajeto. Chegaríamos novamente ao Camping vindo pela trilha principal de chegada.

Seria uma boa caminhada, algo em torno de 17/18 km, mais ou menos, do jeito que a gente gosta. E assim foi feito!

Pé na trilha sinalizada seguimos caminhando tranquilamente. Por volta de 10 da manhã passamos pela bifurcação do Pico do Pião.

A trilha agora segue em direção ao espigão à frente. Algumas pequenas descidas e subidas. No geral a trilha é leve. Adiante, a rota se aproxima de um abismo à nossa esquerda, onde paramos para tirar várias fotos.

Cachoeirinha
Logo acima, após uma matinha rala, um longo trecho plano. Após iniciamos longo trecho em declive. Finalizamos a descida e chegamos ao topo da Cachoeirinha por volta de 11h30.

Fizemos uma parada para curtir o visual. Como o tempo estava bem enrolado permanecemos apenas na parte alta observando a bonita queda; o espetacular poço lá embaixo e o belo paredão em frente.

Aliás, o tempo permaneceu fechado e não se abriu em momento algum! Em todo o trecho de caminhada desde a saída do camping, por várias vezes a garoa ia e vinha! Nessas condições nada mais a fazer por ali...

Retomamos a trilha à esquerda e acima da Cachoeirinha. Seguimos em direção à famosa Janela do Céu. O acesso final ao local é por uma curta porém forte descida! Vencemos o trecho e ao chegarmos ao local parecia dia de festa tamanha a quantidade de pessoas que estavam no local. 

Poço da Cachoeirinha
Após descer mais degraus em madeira, chegamos à margem inferior do curso d’água. Tiramos as botas e ficamos literalmente na “fila” para irmos até a Janela do Céu.

Depois de longa espera, conseguimos. Eu fui um dos últimos.

Da Janela nada pude ver além da Pedra da Bruxa ao lado esquerdo, a queda d’água e o mar de neblina à minha frente. Visual zero de novo! Mas mesmo com o tempo fechado o conjunto é impressionante!

Queda da Janela do Céu
Estando à beira do riacho, chegar à janela foi fácil. Bastou enfiar o pé na água gelada e ir caminhando pelas rochas dentro d’água. Na “borda” da Janela é possível ficar de pé sem se correr grandes riscos.

Parada para muitas fotos, a Janela do Céu é daqueles lugares que de qualquer jeito tudo ficará belo. Realmente é um lugar divino! O único problema é a disputa pelo lugar em feriados. E olha que o tempo estava nublado e fazia frio!

Até que enfim deu pra ver as serras ao fundo
mas foto da janela foi impossível tamanha a aglomeração no lugar...
Como a água estava gelada, somente o Lucas e o Mateus se aventuraram a banhar-se...

Depois de curtir um pouco a Janela, rapidamente subimos as escadas, porque afinal não havíamos comprado o local. Fora e já acima da Janela do Céu, fizemos um reforçado lanche.

Incrivelmente o tempo deu uma abertura. Corri novamente à Janela para registrar algumas imagens com as serras ao fundo! Não demorei por lá, afinal o pé doía devido a água gelada!

Voltei da Janela e reagrupados bem acima da escadaria decidimos ir à Pedra da Bruxa. Essa pedra alongada fica ao lado da janela. Do local se tem uma bela visão da queda d’água da Janela do Céu, de aproximadamente uns 20 metros.

Queda vista da Pedra da Bruxa
Em poucos minutos percorremos trechos de uma trilha, contornamos umas rochas e chegamos ao lugar. Tempo para uns cliques e curtir o tempo relativamente aberto.

Porém, nem bem abrimos os olhos e o tempo fechou novamente. Uma pancada de chuva chegou forte, nos obrigando a deixar o local definitivamente! Subimos a ladeira de acesso e desembocamos nas cabeceiras da escadaria da Janela do Céu.

Novamente nada mais a fazer na Janela do Céu iniciamos nossa pernada de retorno ao Camping. Tomamos a trilha no sentido da direita rumo ao Pico da Lombada embaixo de um toró daqueles... 

Seguimos pela longa subida, cuja trilha é ampla e demarcada. Após a subida a chuva diminuiu. Em uma bifurcação à esquerda fomos à Gruta dos Fugitivos e na Gruta dos Três Arcos.

Gruta dos Três Arcos
Enquanto a primeira é apenas uma passagem para a segunda, esta como seu nome já diz, possui três grandes entradas e é possível visitá-la sem lanternas. Possui ampla clarabóia em um dos lados, o que permite o crescimento de muitas árvores!

Bem próximo, só que do lado direito fomos à Gruta dos Moreiras. O acesso é íngreme através de uma matinha de bromélias. A gruta é formada por pequenos salões e possui duas entradas. Corre um fiozinho d’água para o seu interior. 

Amigos passando pelo Pico da Lombada
Lombada
Voltamos à trilha e a chuvinha fina era fiel companheira. Fomos subindo em bom ritmo pela trilha ampla.

Pouco à frente encontramos com um vigilante motorizado que se dirigia até à Janela do Céu para avisar aos atrasados que já era hora de começar a bater em retirada.

Trocamos algumas palavras e nosso grupo apertou o passo porque a chuva, vento e frio eram intensos.

Na pressa passamos direto pelo Pico da Lombada, o ponto mais alto de todo o Parque do Ibitipoca, com 1.784 m de altitude.

Apesar de discreto, em dias abertos o visual é significativo e muito bonito desde o Pico da Lombada! Ninguém do grupo parou, a exceção fui eu e consegui até fazer um videozinho. Mas infelizmente o tempo não colaborou...

A partir do Pico da Lombada iniciamos um longo trecho em declive. Depois de uma meia hora de caminhada chegamos à Gruta da Cruz, bem próxima à trilha, ao nosso lado esquerdo. Fomos até lá e adentramos.

A Gruta é formada por salões em desníveis, tendo inclusive escadas de madeira para se acessar os salões. Com duas entradas, nosso acesso foi pelos “fundos” e saímos pela parte mais próxima à trilha, que é uma saída mais discreta. Foi só uma passagem para registro mesmo! Ao sairmos a chuva havia dado uma trégua.

Pico do Cruzeiro: visual zero
Da Gruta da Cruz, fomos ao Pico do Cruzeiro, que fica ao lado. No local há uma cruz de madeira, alguns bancos e um mirante; que assim como no Pico da Lombada; em dias limpos se tem excelente visual do interior do Parque.

Apenas algumas fotos e o tempo fechou de vez. Começou mais um toró caprichado. Alguns raios e trovôes. Modos que rasgamos trilha abaixo em velocidade.

Uns 50 minutos de caminhada embaixo de chuva forte e desembocamos na trilha principal de acesso ao Camping.

Nesse ponto, o grupo havia se dividido em dois! Eu permaneci no pelotão de frente, pois estava sentindo muito frio, preferindo apressar o passo! Assim, passamos em frente ao acesso à Gruta dos Coelhos. Ir lá? Nem pensar, queria era tirar aquela roupa molhada! Assim, por volta de 18 horas chegamos ao camping! 

Após fazer um café quente, fui tomar banho, afinal não havia feito isto no dia anterior. O bom que lá no Ibitipoca há banho quente. Voltei do banho e preparei o jantar. Já era noite e a chuva forte deu uma trégua, porém continuava a garoar! Aquela seria a noite da socialização, afinal no dia anterior havia chovido pacas!

Antes tivemos uma reprimenda de uma mulher que estava acampada. Ela chamou-nos a atenção dizendo que havíamos acordado o camping inteiro na madrugada de sábado. Demos risada, afinal havíamos levantado à 06h00 da manhã e não de madrugada. Nem demos importância!

Aproveitando que a Sol havia feito aniversário naqueles dias, seguimos para a área de churrasqueira comemorar. Vinho, linguicinha defumada e cerveja, muita cerveja. É verdade, a lanchonete do Parque vende cerveja! Ficamos comemorando até por volta de 22h00, quando o Guarda Parque veio nos avisar que era hora de baixar a bola.

Foi uma confraternização animada! Muito bom estar com eles todos! E aqui vale um recado para os mais animados com a cerveja: os guarda parques do Ibitipoca não dão trégua. Se alguém abusar mesmo que esteja no Camping do Parque vai para a rua!

Findada a confraternização, não teve jeito, voltamos pro camping. Ainda permaneci aproveitando a estiagem conversando com o James por um longo período, próximo às nossas barracas. Após circular com a lanterninha em todas as direções, o guarda veio nos alertar: já pra cama crianças!!!

Desconfiamos que a marcação cerrada do guarda tinha o dedo daquela mulher que havia nos chamado atenção... Pois bem, então fomos dormir!

Relato Dia 3: Tempo chuvoso, o jeito foi bater em retirada...


Relógio do Sol e o tempo enrolado: sem utilidade
No terceiro dia no Ibitipoca acordei cedo pra espiar o tempo. Continuava fechado, modos que voltei para barraca e dormi mais um pouco.

Levantei tarde, por volta de 08h30 da manhã. Dei uma volta pelo camping, fui pros lados do restaurante. Tirei algumas fotos; enfim, fiquei fazendo hora.

Ficamos implorando o Sol, pois pretendíamos experimentar uns pocinhos d’água. Até desenho no chão chamando o Sol foi feito. Mas nada, ele não quis aparecer.

Assim, concluímos que ter feito o Circuito da Águas na sexta feira juntamente com o Pico do Pião foi providencial. Acertamos na mosca!

Diante disso, não restou-nos iniciar o desmonte do acampamento para tomar rumo de casa. O mesmo faziam outros acampados. Assim, por volta de meio dia, deixamos o camping e embarcamos em viagem de retorno.

Centro de Visitantes
Passamos no Centro de Visitantes do Parque e na lojinha de lembranças. Aliás, o Centro de visitantes é muito bem cuidado, um exemplo para vários Parques Nacionais.

Registramos nossa passagem no livro de visitantes e pé na estrada. Não fizemos parada no distrito de Conceição de Ibitipoca, pois além do frio tínhamos longa viagem de retorno e precisávamos chegar mais cedo em BH.

Depois de sacolejar na estradinha de terra (que é uma rodovia estadual) fizemos uma paradinha em Lima Duarte. Tempo para esticar as pernas e uns cliques na escadaria da Igreja Matriz.

Reembarcados seguimos pela BR 267 até o entroncamento com a 040 em JF. O Renato voltou conosco até esse ponto, onde desembarcou. De lá tomaria o ônibus para JF e depois SP.

Nós seguimos pela BR 040. Após enfrentar um congestionamento próximo à Congonhas devido a um acidente, desembarcamos em Belo Horizonte próximo das 19h30. Estava feliz pelos dias divertidos junto aos amigos. Mesmo com o tempo fechado o Ibitipoca é um lugar lindo que sempre vale a visita!

Serviço


Praça de Serviços do Parque
O Parque Estadual do Ibitipoca foi criado em 1973 e está localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, no Distrito de Conceição do Ibitipoca, município de Lima Duarte.

Distante 27 km da sede do município, é ligado até esta por estrada de terra, alternando alguns pequenos trechos com calçamento.

O acesso principal até Lima Duarte é através da BR 267, tendo Juiz de Fora como referência e maior cidade da região.

O Parque possui vários atrativos de rara beleza, com destaque para seus três circuitos: 

► Circuito das Águas: localizado próximo à portaria e camping do parque, pode ser feito sem dificuldades por qualquer pessoa. Destaque para o Paredão de Santo Antonio, Lago das Miragens, Ponte de Pedra, Cachoeira dos Macacos e Prainha. 
► Circuito do Pico do Pião: com aproximadamente 10 km (ida e volta), os detaques são o Pico do Pião (1720m) e as Grutas dos Viajantes e do Pião. 
► Circuito Janela do Céu: com 16 km aproximadamente (ida e volta) destaque para a Janela do Céu, Cachoeirinha, Picos da Lombada (1.784m, ponto culminante do Parque) e Cruzeiro, além de várias grutas. Lembrando que a famosa Gruta das Bromélias encontra-se fechada para visitação pública.

O Parque possui excelente infraestrutura, com Centro de Visitantes, área para estacionamento, restaurante e lanchonete, além de camping interno.
► Telefone: 55 32 3281-1101
► Valores do ingresso, camping e pernoite: Confira sempre no telefone acima os valores atualizados

Trilhas e Situação Geral


As trilhas do Ibitipoca são todas sinalizadas, mesmo aquelas mais distantes, de modo que a visita é autoguiada. Respeitadas as regras, é praticamente impossível se perder no Parque.

Há lugares perigosos no parque, principalmente no circuito mais visitado, o Circuito das Águas. Mas esses locais são sinalizados e há inclusive guarda-corpos nos lugares mais expostos.

Outra observação importante é quanto à limpeza e conservação das trilhas: não vi um único lixo nas proximidades e em vários pontos constatei o trabalho anti-erosão desenvolvido pela administração do Parque.

E olha que a visitação no local é intensa: é o parque mais visitado de Minas Gerais, Nos dias que estivemos por lá, mesmo com tempo fechado, havia muita, mas muita gente circulando por todos os circuitos.

A conservação do Parque é um exemplo para muito Parque Nacional, onde grande parte das trilhas estão erodidas e repletas de lixo por todas as direções.

Quanto à estrutura física e de serviços oferecida ao visitante é excelente. Os banheiros são limpos e há água quente. Há boa vigilância, com funcionários gentis. Há também monitoramento através de câmeras.

Distâncias


Lima Duarte a Conceição de Ibitipoca: 27 km, quase todo em terra
Juiz de Fora a Lima Duarte: 65 km
Belo Horizonte a Lima Duarte: 295 km
São Paulo a Lima Duarte: 425 km Via Rodovia Pres Dutra
Rio de Janeiro a Lima Duarte: 235 km

Como chegar e voltar - De ônibus


Cidade referência: Juiz de Fora
Viação Bassamar (32 3215-1109) até Lima Duarte → Empresa Vimara (32 3281-1390) até Conceição do Ibitipoca 

► Em Juiz de Fora o embarque para Lima Duarte se dá na Praça da Estação, e não na Rodoviária.
► Polo regional da Zona da Mata mineira, Juiz de Fora possui aproximadamente 600 mil habitantes. Em finais de semana, procure chegar em Juiz de Fora preferencialmente até 5h30 da manhã. Se não for possível, tente chegar até as 13h00 no máximo. Do contrário não conseguirá chegar no mesmo dia à Vila de Conceição do Ibitipoca devido aos horários e frequências dos ônibus locais, que são poucos
► Confirme tarifas, horários e frequências diretamente nas empresas citadas acima.

Como chegar e voltar - De carro


Cidade referência: Belo Horizonte:
BR 040 até Juiz de Fora → BR 267 até Lima Duarte → MG até Conceição do Ibitipoca (há calçamento em alguns trechos)

Cidade referência: São Paulo
BR 381 até Campanha → BR 267 até Lima Duarte → MG até Conceição do Ibitipoca (há calçamento em alguns trechos)
Há a rota pela Via Dutra; porém o trecho entre Porto Real e BR 267 pode ser mais lento devido as condições das estradas.

Cidade referência: Rio de Janeiro:
BR 040 até Juiz de Fora → BR 267 até Lima Duarte → MG até Conceição do Ibitipoca (há calçamento em alguns trechos) são 27 km de estrada em sua maioria de terra, contando com calçamento em alguns trechos.

Considerações finais


► O PE do Ibitipoca atende a qualquer objetivo do visitante. Desde Montanhista até famílias com crianças pequenas.

► É cobrado ingresso e uso do camping. Se informe dos valores ligando no Parque 32 3281-1101.

► Não se fazem reservas para visitação ao Parque; nem para o camping interno. É por ordem de chegada. Procure então chegar cedo ao Parque.

► Em dois dias é possível conhecer todos os principais atrativos do PE do Ibitipoca com sobra (os Três Circuitos).

► O camping é amplo e cabem várias barracas, porém há limitação no número. Ligue no Parque e confirme a lotação atualizada 32 3281-1101.

► Há próximo ao camping um restaurante que serve refeições (almoço e jantar) e vende bebidas.

► Há banho quente e churrasqueiras próximo ao camping.

► Não deixe de visitar o Centro de Visitantes. Há muita informação por lá.

► O Parque é extremamente vigiado. Comporte-se!

► No Distrito de Conceição do Ibitipoca há várias pousadas, restaurantes, bares, mercearia e camping. Porém, os preços costumam ser mais elevados. Esteja preparado!

► Se não estiver de carro e ficar hospedado no Distrito terá que ir à pé para o Parque; ou ajeitar algum transporte, pois não há linha de ônibus. Do Distrito à Praça de Serviços (camping, restaurante, início do Circuito das Águas e Circuito do Pião) são aproximadamente 5 km.  Para o início da trilha da Janela do Céu são cerca de 4 km. Confira no tracklog acima as distâncias.

►►Outras informações no site do Instituto Estadual de Florestas IEF

►► Confira algumas Dicas Básicas de Segurança para a prática de Atividades Outdoor

►► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto



Nós em Ibitipoca
Bons ventos!
Última Atualização: Nov 2017

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